A última crónica

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Gazeta das Caldas

Gazeta das CaldasEsta é a crónica da despedida! Ao fim de 48 crónicas sobre as Caldas e o Oeste chegou o tempo de terminar este espaço e tempo de partilha entre quem escreve e quem lê. Uma crónica são cerca de 3500 caracteres, incluindo espaços, o que demora cerca de 3 a 4 minutos a ler. Parece pouco, mas é um tempo e um espaço importante. Não só para quem escreve mas também para quem lê. Escrever ou ler uma crónica é fazer uma pausa na azáfama do dia-a-dia e parar para pensar um pouco, reflectir sobre o que vemos ou sobre o que os outros vêem ou pensam sobre um assunto ao qual não tínhamos dado atenção, ou sobre o qual não tínhamos reflectido o suficiente. Uma crónica é um tempo e um espaço de partilha. Entre um cronista e os seus leitores, sempre apressados e cada vez mais exigentes relativamente à capacidade de síntese de quem escreve. Cumpre-me por isso agradecer aos meus queridos leitores, aos mais fiéis e aos mais ocasionais, o tempo que dispensaram na leitura das minhas ideias políticas e sociais sobre as Caldas da Rainha e o Oeste, alinhavadas ao longo de 48 crónicas para esta Gazeta das Caldas. Foi um prazer e uma honra! De muitos de vós recebi também sugestões, opiniões, críticas e reflexões que muito me enriqueceram. Agradeço também, como não podia deixar de ser, ao jornal Gazeta das Caldas o convite que me endereçaram para participar nesta experiência editorial, que me parece louvável e conseguida. É saudável e salutar, do ponto de vista democrático, haver um espaço editorial diversificado de opiniões políticas e sociais sobre a cidade e o concelho, promovendo a reflexão e o debate aberto e alargado. É uma experiência editorial que merece continuidade. Finalmente, resta-me agradecer também a todos os meus colegas cronistas neste espaço trissemanal ao longo dos últimos três anos.

Ao José Nascimento, à Paula Carvalho, ao Rui Gonçalves, ao José Carlos Faria, ao Jorge Varela e ao Lino Romão agradeço o prazer que me deu também a leitura das Vossas crónicas, como contraponto, complemento e contraditório às que eu próprio escrevi. Ler é diferente de escrever, mas ler e escrever acabam por ser as duas faces da mesma moeda.
Termino como comecei. Entendo que as Caldas da Rainha são uma centralidade territorial incontestável na subregião do Oeste Norte e que, por isso, a nossa responsabilidade política como Caldenses ultrapassa as fronteiras do nosso concelho e reflete-se também nos concelhos à nossa volta. Temos a responsabilidade de implementar as políticas mais modernas, criativas, europeias e cosmopolitas, de forma a afirmar as Caldas da Rainha como uma cidade e um concelho que lideram efectivamente este território do Oeste Norte, fortalecendo um nó importante de uma rede urbana aberta ao Mar Atlântico e à inovação. Para isso, temos de dialogar com os nossos concelhos vizinhos, encontrar pontes de entendimento e descobrir economias de escala que favoreçam a internacionalização deste território do Oeste Norte, construído sobre as águas salgadas do Atlântico e as águas profundas das fontes termais!

Jaime Neto
jaimemr.neto@gmail.com