CDU teme que Hospital Termal caminhe para a privatização

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2-aportatermal copy A cabeça de lista da CDU, Ana Rita Carvalhais, e José Carlos Faria foram recebidos pela administração do CHO na passada segunda-feira, 17 de Agosto. O encontro resultou de um pedido da CDU para visitar o Hospital Termal, que teve lugar após uma reunião prévia entre os elementos deste partido com Miguel Carpinteiro, da administração do centro hospitalar. Estranhamente, a comunicação social foi impedida de acompanhar a visita depois da reunião, no que constituiu um atentado da administração do CHO ao direito de informar.

A CDU receia que a passagem do Hospital Termal para o município seja o caminho para a privatização e por isso quer que a questão volte à Assembleia da República. “Nada é irreversível”, disse a cabeça de lista da coligação.

Miguel Carpinteiro, vogal do Conselho de Administração do CHO, recebeu os deputados da CDU para uma reunião à porta fechada, após a qual se seguiu uma visita ao Hospital Termal, a qual não pode ser assistida pelos jornalistas.

Contactada no momento, por telefone, a assessora de imprensa do CHO limitou-se a informar o óbvio – que é a administração do centro hospitalar que tem de autorizar as visitas e que e Miguel Carpinteiro era o administrador que estava presente.

Quando terminou a visita, o administrador, muito parco em palavras, apenas referiu que recebeu os elementos da CDU, “assim como recebemos outros partidos”. Disse ainda que “fizemos uma reunião de trabalho e uma visita ao Hospital Termal e não temos mais nada a declarar”. Questionado sobre se haveria novidades em relação ao futuro daquele espaço, apenas disse que o que se passa com o Hospital Termal “é do conhecimento público”.

Hospital Termal na Assembleia da República

Ana Rita Carvalhais, cabeça de lista da CDU, disse que os dados que lhes foram transmitidos durante a reunião “deixaram-nos muitos preocupados”. Considerando que o Hospital Termal “já não é o mesmo”, a comunista disse que a sua passagem para o município indicia que o seu futuro “seja o da privatização”.

Mas como é isto que a coligação pretende evitar, “iremos recolocar esta questão na Assembleia da Republica assim que for possível”, disse Ana Rita Carvalhais. É que “nada é irreversível” e por isso quererem-no de  volta sob a tutela do Estado e sobretudo no Serviço Nacional de Saúde. “Admitimos a sua reversão e trabalharemos nesse sentido”, afirmou.

A reunião com o administrador do CHO foi “mais do mesmo”, disseram Vítor Fernandes e José Carlos Faria, representantes locais da CDU. Consideram que a actual gestão “aguarda a concessão para a Câmara”, o que os faz pensar que “se divorciaram completamente do que se vai passando no Hospital Termal”.

Os comunistas dizem que, na visita, foi possível constatar que o espaço “está degradado” e a “precisar de obras de fundo, além das canalizações novas”.

Segundo informações que os comunistas caldenses receberam, “há desactivação do património e têm vindo  buscar cá coisas que vão sendo necessárias noutras unidades do CHO”. Vítor Fernandes e José Carlos Faria acham mesmo que “dificilmente há condições para o funcionamento pleno do Hospital Termal”.

A CDU defende que esta unidade hospitalar não deveria sair do SNS e acham que “a Câmara poderia apoiar, mas sempre em colaboração com o Ministério da Saúde”. Depois poderiam seguir-se as opções ligadas ao turismo, mas agora, “se passar para as mãos da Câmara, com que meios e com que pessoas? Há gente especializada nesta área?”, questionam-se os comunistas.

Para Vítor Fernandes e José Carlos Faria nenhum privado vai pegar agora neste Hospital “pois são necessários milhões para a sua recuperação”. Falam também na união da autarquia a uma IPSS, mas revelam-se muito preocupados com a “indefinição e com o tempo que está a demorar”.

A própria posição do primeiro ministro, Passos Coelho, há algumas semanas, que referiu não saber para quando decorreria a transferência para a autarquia, não os deixa descansados. “Depois vem a argumentação de que o CHO não tem vocação para gerir o património. E a Câmara tem?”, interrogam-se os comunistas que acham que o Hospital Termal vive dias de “menosprezo sem se saber nada para quando a sua reabertura”.