Deputados do PSD e CDS-PP defendem valorização dos hospitais da região

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Os deputados do PSD e do CDS-PP recomendam ao governo que seja assegurada “a manutenção do maior número de especialidades nas actuais unidades hospitalares de Caldas da Rainha, Peniche e Alcobaça” e que “avalie a premência das obras” da segunda fase de alargamento do Hospital das Caldas da Rainha, “cuja concretização tem sido sucessivamente adiada há mais de uma década”.
As recomendações estão expressas no Projecto de Resolução que 12 deputados da maioria – entre os quais os caldenses Maria da Conceição Pereira (PSD) e Manuel Isaac (CDS-PP) e o alcobacense Valter Ribeiro (PSD) – entregaram no passado dia 21 de Janeiro. Um documento onde afirmam que a necessidade de optimizar os recursos disponíveis “não pode, de forma alguma, colocar em causa a qualidade da prestação dos cuidados de saúde às populações em geral”.
No Projecto de Resolução, os deputados apontam ainda a “importância da definição de um plano estratégico” para o Centro “que compatibilize uma maior rentabilidade e eficiência na prestação de cuidados de saúde à população e, simultaneamente, valorize o património e a adequada sustentabilidade do Hospital termal das Caldas da Rainha”.

Comissão de utentes diz-se indignada

Para a Comissão de Utentes “Juntos Pelo Nosso Hospital”, das Caldas da Rainha, o projecto de resolução dos deputados da maioria motiva “indignação”, uma vez que “nada, mas mesmo nada, concretiza”.
Depois da realização do Congresso onde os dois deputados caldenses estiverem presentes, a comissão esperava mais. Questiona, por isso, se Maria Conceição Pereira e Manuel Isaac “não terão estado atentos ao que se lá disse” e se “estarão assim tão desligados da realidade”.
Em comunicado, a comissão de utentes diz que, de acordo com a iniciativa dos deputados da maioria, “todas as propostas – até as mais incorrectas – podem ficar contempladas”. E questiona a intenção de voltar a colocar em cima da mesa as obras de alargamento do Hospital das Caldas da Rainha, o que vê como “um recuo” para voltar a defender uma empreitada “irrealizável”, dado o elevado custo.
Para a comissão caldense, o esperado era “que solicitassem que o governo decidisse definitivamente e adequadamente sobre os cuidados de saúde no Oeste”. Outra expectativa do grupo era que os deputados defendessem o relançamento do termalismo caldense, mas o Hospital Termal é apenas apontado nos considerandos do projecto de resolução, e não nas recomendações.
António Curado, membro da comissão e director do serviço de Gastroenterologia do Hospital das Caldas da Rainha, é mais contundente nas críticas a este documento. “Isto é mandar areia para os olhos das pessoas”, critica o médico, acusando os deputados de estarem a levar por diante uma “manobra de diversão pura”.
António Curado lembra que a promessa de efectuar um projecto de resolução sobre a reorganização hospitalar em curso tinha sido feita por Maria Conceição Pereira em Julho, por ocasião do debate da petição que juntou cerca de 14 mil assinaturas. “As pessoas até estão presentes no congresso e depois ignoram o que ouvem e fazem um projecto de resolução que não é minimamente objectivo”, critica.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt