Escolha do candidato à Câmara de Alcobaça promete incendiar ânimos na Concelhia do PS

O Secretariado da Comissão Política Concelhia de Alcobaça do PS aprovou, por unanimidade, em meados de Julho, a indicação de Rui Alexandre como cabeça-de-lista à Câmara nas próximas eleições autárquicas, apurou a Gazeta das Caldas.

O órgão decidiu, também por unanimidade, renovar a confiança em Leonel Fadigas para voltar a encabeçar a lista dos socialistas à Assembleia Municipal nas autárquicas do próximo ano, tendo os representantes da JS e das Mulheres Socialistas também votado a favor.

Contudo, o processo promete ainda fazer correr muita tinta, dado que a escolha dos candidatos ainda não foi levada a discussão da Comissão Política, órgão no qual Rui Alexandre dispõe de uma maioria curta.

Reeleito presidente do PS/Alcobaça no passado mês de Janeiro, com uma diferença de 13 votos para Isabel Fonseca, presidente da União de Freguesias de Alcobaça e Vestiaria, o líder local dos socialistas acabou por ficar com pouca margem de manobra interna para gerir o processo autárquico de 2021.

Além disso, vários militantes contestam a forma como o processo tem sido conduzido nos últimos meses e perfilham uma solução que passe pela realização de primárias para escolher o cabeça-de-lista à Câmara. O vereador César Santos tornou pública a vontade de provocar primárias, mas não está sozinho.

AFASTADO DO PODER HÁ 23 ANOS

Nas últimas décadas, o PS tem revelado grande instabilidade em Alcobaça, com quezílias internas que têm prejudicado os resultados eleitorais. De resto, há 23 anos que os socialistas estão arredados do poder. Desde que, em 1997, Miguel Guerra, o único socialista a conquistar a Câmara para o partido, perdeu a autarquia para José Gonçalves Sapinho (PSD), o partido tem feito uma autêntica travessia no deserto.

Em 2005, com Daniel Adrião como cabeça-de-lista, o PS obteve o pior resultado de sempre em autárquicas, com 17,12% dos votos e a eleição de um vereador.

Há três anos, com Cláudia Vicente como candidata à Câmara, o PS subiu ligeiramente a votação e conseguiu manter os dois vereadores que José Canha tinha obtido em 2013 e que José Acácio Barbosa tinha garantido em 2009. Desde que está em oposição, o melhor resultado do PS foi obtido por António José Henriques, em 2001, com 23,5% dos votos, embora elegendo apenas dois vereadores.