Contribuir para a criação de postos de trabalho no concelho, a acção social e a reabilitação urbana são os três vectores que Tinta Ferreira, candidato à Câmara das Caldas pelo PSD, entende serem decisivos para o concelho.
Na reunião de plenário do PSD das Caldas, que decorreu a 17 de Fevereiro no pavilhão da associação Arneirense, Tinta Ferreira obteve um parecer favorável sobre a sua candidatura e as linhas gerais que apresentou do seu programa. Falta agora apenas a homologação da comissão política nacional da sua candidatura.
“Vamos dar início a um novo ciclo, dando continuidade ao que de bom tem sido feito e apresentando ideias novas”, referiu Tinta Ferreira.
O candidato considera que a autarquia tem que ser mais pró-activa na criação de condições para que mais empresas se estabeleçam nas Caldas da Rainha, criando assim mais postos de trabalho no concelho. Para além de continuar a apoiar o comércio e os serviços, temos que ir “atrás da agricultura e da indústria”. No sector do turismo as termas são uma prioridade e o município estará disponível para contribuir financeiramente para a requalificação do Hospital Termal e dos pavilhões do Parque. “Queremos que, de preferência, o Hospital Termal se mantenha no Serviço Nacional de Saúde”, salientou.
Na área da acção social, Tinta Ferreira também considera que a Câmara tem que ser mais eficiente no apoio aos que mais necessitam. “Só conseguimos bons resultados em determinados sectores, como na Educação e na Cultura, também podemos conseguir noutros”, referiu.
Na reabilitação urbana salienta a necessidade de concluir as obras de regeneração na cidade, trabalhar na requalificação de equipamentos públicos e dos edifícios privados. O programa foi apresentado em linhas gerais e será desenvolvido para ser divulgado publicamente durante a campanha eleitoral.
Fernando Costa, enquanto presidente da comissão política, foi o primeiro e o último a intervir no plenário. O autarca foi o único que pôde intervir por duas vezes. Todos os militantes puderam fazer uma intervenção, tendo o presidente do plenário, Virgílio Leal, feito um apelo no início para que essas intervenções espelhassem “o consenso e o bom-senso” no partido. Ao contrário do que alguns temiam, nenhum apoiante de Hugo Oliveira fez intervenções críticas.
Segundo Virgílio Leal, o PSD das Caldas tem 1360 militantes activos, mas no plenário estiveram presentes apenas cerca de 150.
No final da reunião não houve votação, mas como não houve nenhuma intervenção crítica o presidente do plenário entendeu que o nome de Tinta Ferreira e o seu programa tinham sido aprovados por unanimidade. Como se ouviram palmas, acrescentaria que tinha sido aprovado por unanimidade e aclamação.
Hugo Oliveira ausente no final por “razões pessoais”
No entanto, nesta altura o vereador Hugo Oliveira e os seus apoiantes mais visíveis, já se tinham ausentado da sala. Hugo Oliveira saíra cerca de uma hora antes do final, tendo deixado na cadeira onde estava (ao lado de Tinta Ferreira) o seu casaco. Pouco antes do final do plenário, alguém foi buscar o casaco do vereador.
Questionado sobre a ausência de Hugo Oliveira no momento final do plenário, Fernando Costa entendeu que este apenas se tinha ausentado por uma razão pessoal.
O edil caldense saiu satisfeito deste plenário. “O pior que poderia acontecer seria sair das Caldas e da direcção do partido num processo de divisão. Eu ficava frustrado se não tivéssemos conseguido este acordo”, comentou. “Penso que acabou bem e toda a gente foi unânime. Eu sempre defendi que os três deveriam de ficar”, disse.
A Comissão Política aprovou Tinta Ferreira, para candidato à presidência da Câmara, tendo havido acordo para serem aprovados os nomes de Maria da Conceição Pereira para nº 2 e Hugo Oliveira para terceiro lugar da lista.
Fernando Costa admite que houve momentos desagradáveis durante o processo de escolha do candidato do PSD à Câmara das Caldas. “Alguém quis dar a entender que eu teria feito as reuniões das comissões políticas de forma a afastar as pessoas ou que teria sido o género de uma golpada. Nada de mais falso”, afirmou aos jornalistas.
No plenário também explicou que fez tudo para que Hugo Oliveira participasse nesta discussão. “Os estatutos não permitem eleições directas e todos sabíamos que a Comissão Política estava maioritariamente a favor do Tinta Ferreira. Não era fácil o dr. Hugo ganhar (na comissão política) só se alguém mudasse de ideias”, disse depois à comunicação social.
Comentários nas redes sociais desagradam a Fernando Costa
Aos militantes, Fernando Costa queixou-se dos comentários que foram feitos no facebook. Na sua opinião, as redes sociais foram aproveitadas por alguns militantes, através de perfis falsos, difundirem mentiras. “Não tenho dúvidas de que os comentários foram feitos por pessoas do partido. Um dos comentários, pelo detalhe, demonstra claramente que essa pessoa esteve nas duas reuniões da comissão política”, referiu.
Depois da Gazeta das Caldas ter noticiado alguns dos comentários que circulavam no facebook os ânimos serenaram e acabaram determinadas intervenções. Os perfis que se suspeita serem falsos deixaram de ter actualizações.
No entanto, uma mensagem de apoio a Hugo Oliveira no facebook, com críticas a Fernando Costa, da parte de um empresário local suscitaram a indignação do ainda presidente da Câmara.
A 3 de Fevereiro, o empresário caldense João Luís, militante do PSD, manifestou o seu desejo de que Hugo Oliveira fosse o candidato deste partido à presidência da Câmara das Caldas e criticou os 27 anos de Fernando Costa à frente dos destinos da autarquia. “Se a decisão fosse dos militantes, será que não teríamos tido a oportunidade de ter tido outros presidentes de câmara com ideias mais inovadoras para as Caldas e não se limitando a esticar alcatrão e redes de água e saneamento”, questionou o empresário.
Em resposta, também no facebook, Fernando Costa insinuou que a opinião negativa teria a ver com o facto do edil caldense ter tomado decisões sobre projectos do empresário que não lhe agradaram.
Só que João Luís acabaria por referir que um dos projectos respeita todas as exigências do PDM “ao contrário de um que existe do outro lado da circular que foi construído por cima de uma linha de água”, onde Fernando Costa adquiriu, em 2003, uma vivenda geminada. A isto o presidente da Câmara já não respondeu.
Fernando Costa suspende presidência da comissão política e sai da Câmara em Maio
O plenário de militantes serviu também para Fernando Costa anunciar a suspensão da presidência da comissão política local do PSD das Caldas. “Limito-me a suspender porque se me demitisse isso envolveria a demissão de toda a comissão política” e quer evitar eleições locais no partido. A partir desta altura, “não voltarei às reuniões da comissão política”.
Embora Tinta Ferreira e Hugo Oliveira sejam ambos vice-presidentes da CP do PSD, Fernando Costa deu a entender que seria o primeiro a ficar a presidir a este órgão. Entretanto, como é candidato a Loures, um concelho no distrito de Lisboa, irá também suspender a presidência na distrital do PSD de Leiria.
Na Câmara quer manter-se até ao final de Maio para que ainda seja presidente no 15 de Maio, altura em que deverá fazer a sua despedida oficial.
Quando suspender o mandato, o executivo irá ter uma nova vereadora: Ana Paula Neves, que actualmente é chefe de gabinete do presidente e que foi administradora da Associação de Municípios do Oeste.
Está ainda por decidir se Maria Conceição Pereira irá assumir a presidência da Câmara, enquanto número dois nas eleições autárquicas de 2009, ou suspender seu mandato na autarquia. É que enquanto deputada na Assembleia da República não pode assumir a presidência. Tudo indica que Maria Conceição Pereira irá optar pela suspensão do mandato de vereadora e Tinta Ferreira passa a ser presidente da Câmara até às próximas eleições, em Outubro. Nesse caso, Alberto Pereira, deputado municipal do PSD, será integrado no executivo como vereador.
CDS decide coligação com PSD a 1 de Março
O CDS das Caldas vai reunir a 1 de Março para discutir a eventual coligação com o PSD nas próximas eleições autárquicas. O presidente da distrital do CDS, Manuel Isaac, revelou à Gazeta das Caldas que ainda não foi decidida nenhuma coligação entre os dois partidos no distrito de Leiria e está “tudo em aberto”.
Da reunião de 1 de Março sairá uma decisão que terá de ser tomada por maioria. “Nós somos um partido democrático”, comentou Manuel Isaac.
Tinta Ferreira está disponível para uma coligação com o CDS e ficou satisfeito por ter lido, numa entrevista ao Jornal de Leiria, que Manuel Isaac se manifestava que só estaria disponível a coligar-se caso fosse ele o candidato do PSD. “Havendo essa vontade de ambas as partes, com certeza que chegaremos a um entendimento relativamente às questões de pormenor”, adiantou Tinta Ferreira. “Quanto mais abrangente for a nossa equipa, mais capacidade teremos de mobilizar a sociedade para fazer as coisas em conjunto”, entende.
Fernando Costa também aceita que o PSD faça uma coligação com o CDS, mas considera que “respeitando o resultado das últimas eleições” este partido deverá ficar com o quinto lugar da lista à Câmara.