Câmara das Caldas gasta em museus mas não consegue mantê-los abertos

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notícias das CaldasNa mesma altura em que estão a ser gastos um milhão de euros para a construção de mais um museu (do escultor Leopoldo de Almeida), a Câmara das Caldas não consegue assegurar o funcionamento dos outros espaços museológicos que já existem no Centro de Artes.

Só o atelier-museu António Duarte, onde se concentram também os serviços técnicos e administrativos do Centro de Artes, é que cumpre na sua totalidade o horário de abertura ao público.
Os outros espaços têm vários condicionantes no seu funcionamento e em alguns casos é preciso pedir ao funcionário que esteja de serviço no António Duarte para poderem ser visitados.
Segundo a vereadora Maria da Conceição, “o único espaço que está encerrado ao público para visitas não programadas com antecedência, é o atelier-museu João Fragoso, por motivos técnicos”.
O atelier-museu António Duarte, museu Barata Feyo e espaço Concas “dividem os recursos disponíveis entre si”, com prioridade para o atelier-museu António Duarte pelo facto de ser onde se concentram os serviços de apoio. No caso do espaço Concas está colocado à porta um cartaz com a indicação que é necessário pedir a presença de um funcionário.
A vereadora da Cultura admite que esta situação poderá afastar alguns visitantes, “mas apenas nos momentos em que existe maior pressão de visitas e menor pessoal disponível”.
Na sua opinião, “como habitualmente as visitas se iniciam nos museus António Duarte ou Barata Feyo, os visitantes são informados da disponibilidade do funcionário para efectuar as visitas aos outros espaços do Centro de Artes”.
Os funcionários que asseguram a recepção e vigilância têm a categoria de assistentes operacionais. “Alguns funcionários, mais veteranos, têm a escolaridade mínima. Outros, que entraram mais recentemente, têm escolaridade ao nível do 12º ano”, informou ainda Maria da Conceição. Segundo a vereadora, não existe nas carreiras da administração local uma carreira específica para estas funções. “A formação técnica é complementada com acções de formação interna na área do atendimento ao público”, disse.

Museu Leopoldo de Almeida abre em 2013

Em 2013 está prevista a inauguração de mais um museu e a autarquia está agora “a estudar a melhor forma de dar resposta à necessidade de prestar um serviço de qualidade e, simultaneamente, cumprir com a necessária austeridade que os próximos anos irão impor e que se reflecte nas admissões na Função Pública”.
A vereadora explicou à Gazeta das Caldas que a questão terá que ser pensada sempre como uma solução global e não como o colmatar de uma necessidade pontual imposta pela abertura de um novo espaço.
“O objectivo do Centro de Artes, pela forma como foi programado, é constituir um serviço de acolhimento e vigilância centralizado e com qualidade, repensando a forma de organização das visitas”, adiantou.
O que se pretende é pensar o Centro de Artes como um todo, com uma entrada única e em que os museus são como as salas e o jardim os corredores de acesso entre eles. No entanto, apesar destas explicações, a verdade é que todos estes espaços têm à porta um horário de funcionamento e foram construídos com recepções na entrada.
Segundo a autarca, no futuro poderá ser feito um ajustamento de vários factores de forma a tornar mais eficiente o serviço, com a reformulação do horário, criação de um serviço de visita baseado num itinerário predefinido e complementado com o recurso a novas tecnologias e recurso ao voluntariado.
“Este desiderato já está a ser testado e pensado para completa implementação aquando da abertura do Museu Leopoldo Almeida”, diz a vereadora.
Em 2010 o Centro de Artes teve um total de 10 mil visitantes (o que dá uma média de menos de 30 pessoas por dia).
O local mais visitado foi o atelier-museu António Duarte (4787 visitantes), seguido do museu Barata Feyo (3044), espaço da Concas (1722 Visitantes) e atelier-museu João Fragoso (1183).
Longe da vista dos visitantes estão várias esculturas criadas nos simpósios organizados pela autarquia, que ficaram amontoadas junto da obra do futuro museu de Leopoldo de Almeida.

 

1 COMENTÁRIO

  1. Talvez utilizando pessoas com cultura média(alta) que estejam a receber do fundo de desemprego? Ou Também Pessoas preparadas que sejam condenadas a fazer serviço cívico; ou ainda com voluntários rotativos conhecedores de artes ou com vontade de se acualizarem