Câmara pondera “comprar” edifício da Expoeste

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A autarquia pretende comprar o património da ADIO por uma verba até 400 mil euros (foto de arquivo)

A Câmara das Caldas inscreveu nas Grandes Opções do Plano para 2012 uma verba de 400 mil euros para a “aquisição” do edifício da ADIO (Associação de Desenvolvimento Industrial do Oeste).

O edifício da Expoeste e espaço circundante é propriedade da ADIO, formada há cerca de duas décadas pela própria Câmara e as associações AIRO e ACCCRO. Actualmente a direcção daquela associação, que gere a Expoeste, está a cargo do vereador Hugo Oliveira, é constituída também pela AIRO, ACCCRO e as Juntas de Freguesia.

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De acordo com o presidente da Câmara, Fernando Costa, esta medida tem por objectivo colmatar o passivo desta associação, que ronda os 200 mil euros. “Hoje a instituição ADIO é independente da Câmara e tem um passivo. A única maneira que temos para resolver o problema é dando o dinheiro e recebendo património”, explicou.

O autarca explicou ainda que a Câmara só paga à associação os serviços que esta lhe presta nas suas realizações municipais. “A ADIO tem receitas próprias, mas insuficientes, porque tem mais despesas que receitas”, afirmou o presidente da Câmara que, no Plano de Actividades para o próximo ano, prevê transferir para aquela associação 50 mil euros. O ano passado foi transferido o dobro deste montante.

Caso se concretize a venda, que terá que ser decidia em Assembleia Municipal, a Câmara passará a ser dona directa do espaço, que irá ceder outra vez à ADIO “para desenvolver a sua actividade”. Está também “assegurado o funcionamento, a título gratuito, da AIRO naquele espaço, tal como sempre esteve”, garante o autarca, acrescentando que a associação industrial foi uma das parcerias na sua criação.

“A ADIO tem que gerar receitas em função da despesa que faz, ou melhor, não pode fazer mais despesa que a receita que tem”, alerta o autarca, acrescentando que esta associação terá que ter em conta o número de funcionários que possui e os preços que pratica.

Fernando Costa admite que a associação presidia por um vereador “possivelmente exagerou em admitir pessoal e fazer certas despesas”.

A Câmara já deliberou também que outras associações criadas pela própria autarquia, que vivem dos subsídios autárquicos, como é o caso da CulturCaldas (que gere o CCC) e ADJ.CR (que gere o Centro da Juventude) estão sujeitas às formalidades da lei, à semelhança da autarquia, resultado da entrada em vigor de uma nova legislação.

Fernando Costa pondera a sua integração na Câmara, para uma maior rentabilidade do pessoal e dos serviços, e porque já não têm direito aos apoios e subsídios de outras entidades, objectivo para o qual foram criadas.

“Há que cortar em tudo o que é supérfluo. Há serviços na Câmara e nestas instituições que se estiverem concentrados todos na Câmara fazem o mesmo, mas gastando menos”, concluiu.

 

AIRO utiliza metade das galerias da Expoeste

A AIRO (Associação Industrial da Região Oeste) foi a entidade promotora da Expoeste, juntamente com a Câmara e com a ACCCRO. Através de um projecto comunitário, esta associação investiu cerca de 54% do valor da obra, num montante de 287 mil contos (cerca de 1,4 milhões de euros), sendo o resto suportado pela autarquia.

Após a inauguração do edifício, a AIRO passou a exercer ali a sua actividade, onde utiliza actualmente cerca de 50% das galerias para a sua sede e salas de formação.

A AIRO conta com cinco colaboradores e oferece um conjunto de serviços integrados dirigidos ao apoio às empresas e empreendedores da região Oeste. Este ano dinamizou um projecto de formação especializada para empresários, que contou com 60 participantes. Actualmente encontra-se a decorrer o projecto Formação PME em mais de 40 empresas.

A associação industrial tem ainda a decorrer projectos na área do empreendedorismo e apoio à criação de negócios, com um apoio directo ao Centro Incubador das Caldas da Rainha, ao Caldas Empreende e ao ABC (Óbidos).

Além de vários eventos e seminários dirigidos a empresas, a AIRO tem em desenvolvimento, em parceria com o IPL,, o projecto Oeste Activo, que pretende juntar um conjunto de sinergias regionais de alavancagem da economia e posicionamento do tecido empresarial.

O orçamento da AIRO em 2009 foi de 687 mil euros e em 2010 ultrapassou os 822 mil euros.

A Câmara das Caldas tem inscrito no seu Plano de Actividades para 2012 a atribuição de uma verba de 10 mil euros para o Centro de Apoio Técnico ao Empresário, da AIRO.

ADIO gere o funcionamento do centro de exposições

A ADIO (Associação de Desenvolvimento Industrial do Oeste) está instalada na Expoeste desde que esta foi criada, em 1993 e tem em permanência cinco funcionários. Na altura dos certames, e de acordo com as necessidades dos expositores, poderão colaborar com esta associação várias dezenas de recepcionistas e outros colaboradores, em regime de prestação de serviços.

A actividade desta associação traduz-se sobretudo na realização de exposições, certames, congressos e workshops no pavilhão, auditório e salas de formação.

Em 2011 a Expoeste acolheu a Exposição Canina, o Emprega 2011, o Salão Nacional de Fotografia, o Open Nacional de Setas, a Expo Região, a Semana de Animação Infantil, os Santos Populares, a Expotur, a Classic’auto, a Exposição Ornitológica e as Festas de Natal. O pavilhão foi ainda alugado por várias vezes para organizações externas.

Em 2009 a Expoeste teve uma receita de 249,7 mil euros e uma despesa na ordem dos 210 mil euros e em 2010 a receita foi de 158 mil euros e a despesa de 166,4 mil euros.

Esta associação não recebe subsídios, explica o seu director-geral, António Marques, adiantando que os valores pagos pela autarquia correspondem à prestação de serviços nos eventos que organiza.

 

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