Dicas para poupar energia em casa

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Gazeta das Caldas - energia

Em Portugal, o sector residencial (mais de três milhões de edifícios) representa cerca de 29% do consumo de electricidade. Não só os comportamentos pouco sensibilizados para os gastos de energia, como a ineficiência dos equipamentos e as más construções dos edifícios contribuem para o gasto desnecessário de energia. Gazeta das Caldas espreitou o Guia de Eficiência Energética do Plano Nacional de Acção Para a Eficiência Energética de Portugal e dá-lhe a conhecer algumas dicas para poupar o consumo de electricidade em casa.

Nos últimos anos tem-se registado um crescimento significativo dos consumos energéticos das habitações portuguesas, em parte devido ao aumento da aquisição de equipamentos eléctricos. Por ano, uma casa consome em média cerca de 4.000 kWh, sendo o frigorífico o equipamento que mais gasta electricidade (22%). Seguem-se os consumos com a máquina de secar roupa (15%), iluminação (12%), o congelador (10%) e os dispositivos audiovisuais (9%).
Mas e o que fazer para ter uma casa mais saudável, não só mais amiga do ambiente como da sua própria carteira? Desde logo, a construção ou remodelação dos edifícios deve aproveitar ao máximo a luz natual, apostar em boas soluções de isolamento térmico e ventilação, e se possível incluir energias renováveis na sua arquitectura (como os painéis solares). Também na hora de adquirir um aparelho doméstico, há factores a ter em conta, como a etiquetagem energética desenvolvida pela União Europeia que classifica os equipamentos numa escala de A a G (o consumo de energia, para desempenhos idênticos, pode chegar a ser três vezes superiores nos electrodomésticos da classe G, a menos eficiente). Avalie ainda se os aparelhos que tem em casa têm uma potência indicada às suas necessidades e se a potência contratada que aparece na sua factura está de acordo os seus consumos energéticos (a potência contratada define o valor máximo de electricidade que uma instalação pode receber, determinando o número de equipamentos eléctricos que podem estar ligados ao mesmo tempo).

PEQUENOS GESTOS PARA POUPAR ENERGIA

Ao nível do aquecimento da água, as bombas de calor são três vezes mais eficientes que os esquentadores ou os termoacumuladores convencionais e permitem uma poupança até 85% no consumo de electricidade e 40% no consumo de água. Este aparelho aproveita o calor do ar para aquecer a água, utilizando a mesma tecnologia do ar condicionado. Um exemplo: uma família de três pessoas que instale uma bomba de calor e economizadores de água nos chuveiros pode poupar até 350 euros na factura de electricidade, 17.500 litros de água e 700 quilos de CO2.
Já a iluminação representa uma das maiores fatias do consumo energético de uma casa. Alguns conselhos básicos para reduzir este consumo são a substituição das lâmpadas de halogéneo por LED (o que representa uma poupança de 90%), a pintura das paredes com tintas brancas (uma vez que cores claras reflectem mais a radiação solar, num melhor aproveitamento da luz natural) e a instalação de sensores de movimento (para que as luzes se acendam e apaguem automaticamente).
No que respeita aos electrodomésticos de cozinha, o frigorífico é aquele que mais consome energia, pelo facto de estar permanentemente ligado. Este equipamento deve ser colocado afastado de fontes de calor (fogão, máquinas de lavar e janelas), pois quanto mais aquecer, mais vai ter que trabalhar para arrefecer – a temperatura ideal é de cinco graus para o frigorífico e 18 graus negativos para o congelador. Mais: a parte traseira do aparelho deve ser limpa com regularidade, evite colocar alimentos quentes no frigorífico e certifique-se que as borrachas das portas estão em boas condições de forma a evitarem-se perdas de frio.
Para cozinhar, a escolha mais eficaz são fogões de placa eléctrica ou então o microondas (para refeições rápidas, este electrodoméstico consome metade da energia que o forno). Procure também escolher tachos com fundos maiores que o bico do fogão – assim garante que está a aproveitar ao máximo o calor – e utilize o calor residual do fogão e do forno para cozinhar, apagando-os cinco minutos antes do prato estar pronto.
Quanto às máquinas de lavar roupa e loiça, só devem ser postas em funcionamento quando têm a carga completa (já existem máquinas com programas de “meias cargas”), privilegiando-se as lavagens em baixas temperaturas e nos horários nocturnos (em que o preço da electricidade é mais reduzido). Cuidados como a limpeza das máquinas com produtos anti-calcário também resultam em poupanças energéticas porque contribuem para o melhor desempenho dos equipamentos.
Relativamente aos equipamentos tecnológicos de escritório, programe o seu computador para se desligar após meia hora sem utilização e prefira computadores portáteis aos PC fixos, pois gastam até menos 90% de energia. As tomadas com interruptor são também uma solução que ajuda a diminuir o consumo de electricidade, pois pode desligá-las quando os aparelhos ligados não estiverem a ser usados. Não se esqueça ainda que manter dispositivos como televisões em standby em vez de as desligar totalmente são maus hábitos que só fazem aumentar a factura da electricidade ao final do mês.
Se pretende saber qual a eficiência energética da sua casa, o primeiro passo é solicitar uma auditoria energética. Esta análise irá dizer-lhe quais são os electrodomésticos que mais consomem electricidade e sugerir soluções de poupança. Actualmente, já existem também aplicações de monitorização dos consumos, que permitem aos consumidores controlarem que equipamentos estão ou não ligados através do seu smartphone.

Curiosidade

Um euro de energia serve para…
-Carregar o portátil 30 vezes
-Aquecer 100 sopas no microondas
-Jogar consola durante 20 horas consecutivas
-Carregar o smartphone todos os dias durante um ano .