Estrangeiros da OICV cozinham para idosos

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A refeição começou a ser preparada por volta das 12 horas por Ian Hoyland, à esquerda, e Joseph Poon, à direita, e não tardou a ser servida

Desde 2017 que os voluntários vão servir às instituições das Caldas da Rainha e Óbidos.

Oito voluntários da Oeste International Community Volunteers (OICV) deslocaram-se ao Fonte Santa – Centro Social da Serra do Bouro, nas Caldas da Rainha, na passada quinta-feira, dia 24 de novembro, para proporcionar uma experiência gastronómica internacional e saudável, com diversos vegetais, a cerca de trinta idosos do lar e do centro de dia.
O repasto, ao almoço, consistiu em três pratos típicos da cozinha chinesa, país do qual Joseph Poon, um dos cozinheiros e presidente da associação dos voluntários do Oeste, é originário, nomeadamente, de Hong Kong, apesar de ter vivido vários anos em Inglaterra, onde trabalhou para o Governo no desenvolvimento do projeto “Youth Parliament”. E há nove anos que vive em Portugal, já reformado.
A iniciativa, que já se realiza desde 2017 em instituições das Caldas da Rainha e de Óbidos, mas que aceita pedidos de instituições de outras cidades do Oeste, pretende dar a conhecer novas culturas aos idosos, através da comida, a qual experimentam pela primeira vez, com uma satisfação evidente.
“Foi por isso que criámos as nossas próprias cozinhas móveis”, que levam para as instituições e nas quais cozinham ao vivo, explicou Joseph Poon. A aquisição do equipamento e dos alimentos, que são oferecidos aos idosos, sem custos para as instituições, é financiada pelos fundos angariados em eventos organizados pela associação, que também promove eventos culturais dos mais diferentes países, como a celebração do Dia de São Patrício, típica do Reino Unido, o Festival da Lua, celebrado pelos chineses, o Dia da Bélgica, etc., e que colabora ainda com associações de solidariedade social da região.
“Queremos integrar-nos com os locais” e que eles “realmente reconheçam que não estamos aqui apenas para ir ao supermercado e jogar golfe”, explicou o presidente da associação, acrescentando ainda que pretendem mostrar que “o estrangeiro não é assim tão longe” e, através de uma outra linguagem de proximidade com os idosos, transpor o muro erguido pelas diferenças a nível da língua.
Judith Keith, inglesa com origens no Caribe a residir no Nadadouro desde o final do ano passado, na casa (de férias) adquirida há cerca de nove anos, no entanto, já se ajeita com o português, e foi nesta língua que falou aos idosos para lhes entregar a comida e para receber o seu feedback acerca da mesma.
“Estava muito bom, comi tudo”, diz Joaquim Horta, uma opinião partilhada pelos colegas de mesa,
“É disto que realmente gosto, vir aos centros de dia e ver as caras das pessoas”, comentou a inglesa, reformada, que, tal como o marido, Keith Cambridge, também colabora com outras associações, como a Silver Coast Volunteers, onde tem aulas de português.
A OICV tem mais de mil voluntários nacionais e estrangeiros, tendo participado nesta ação ingleses, uma polaca, um belga e ainda um singapurense.