Há na Foz do Arelho uma rua que está por concluir há dois anos

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Metade da Rua Joaquim Frutuoso não está alcatroada, não tem passeios, electricidade pública nem uma rede de esgotos | Beatriz Raposo

Metade da Rua Joaquim Frutuoso, na Foz do Arelho, está alcatroada e tem infraestruturas públicas (rede de esgotos, electricidade e passeios). Na outra metade a estrada ainda é em terra batida, não há infraestruturas de apoio às residências e avistam-se ao fundo várias máquinas de construção (incluindo uma grua) que se encontram paradas. É assim há dois anos, para os quatro moradores que compraram as suas casas neste lado da rua, que está por acabar.

Carla Gonçalves, uma das residentes afectadas, juntamente com mais dois vizinhos, dirigiu-se à última sessão pública de Câmara, realizada no final de Agosto para reclamar esta situação. “Há cerca de um ano estivemos nesta mesma reunião para consultar o projecto de arruamento que indicava que existia uma garantia bancária do empreiteiro para executar infraestruturas públicas, mas a realidade era um pouco diferente, pois nenhuma destas infraestruturas estava ainda construída e afinal a garantia bancária não era viável”, explicou a moradora, acrescentando que o passo seguinte foi estabelecer um protocolo com a Câmara.
Neste documento acordava-se que a autarquia suportaria metade dos custos da execução das infraestruturas enquanto os quatro moradores que residem na parte da rua que está incompleta suportariam os outros 50% (ou seja, cada um pagaria 12,5% do custo da empreitada). Isto com a condição de ser a equipa técnica da Câmara a executar o projecto. Este projecto foi encomendado pelos moradores a um gabinete de arquitectura, mas só foi aprovado na Câmara seis meses depois de ter sido entregue.
A verdade é que desde há dois anos – altura em que os residentes compraram as suas casas – que metade da Rua Joaquim Frutuoso continua à mesma sem infraestruturas públicas básicas. “Vivemos como se vivia há uns séculos atrás, no meio do pó e sem electricidade na via pública. Se por acaso chove, lá temos que empurrar os carros na lama”, acrescentou Carla Gonçalves, afirmando que tem pressionado os serviços técnicos da Câmara mas até agora nada do que está estabelecido no protocolo foi feito. “Nós até vemos que o executivo toma as decisões certas, mas depois não há uma tradução dessas decisões em acções da parte técnica da autarquia”, queixou-se a moradora.
Em resposta aos moradores, o presidente da Câmara Tinta Ferreira assumiu a responsabilidade do problema – embora não o saiba resolver do ponto de vista técnico – e frisou que “as pessoas estão há demasiado tempo à espera”. Garantiu também o agendamento de uma reunião entre os moradores e os serviços técnicos do município para se alterar o protocolo de forma a facilitar a execução das infraestruturas em falta. Mas até ao fecho desta edição da Gazeta das Caldas não tinha sido marcada qualquer reunião, segundo nos confirmou Carla Gonçalves.