Na Josefa d’Óbidos há uma brigada que zela pelo bom funcionamento da cantina

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Gazeta das Caldas
Uma acção de formação na escola
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A Brigada da Cantina está de volta à Escola Josefa d’Óbidos, agora aumentada e com mais tarefas a desempenhar. O projecto, que arrancou no ano passado com perto de 20 alunos do 3º ciclo e ensino secundário, volta neste ano lectivo com a missão de combater o desperdício alimentar, verificar como são feitas as refeições e até ajudar na criação das ementas.
Este foi um dos projectos criados para sensibilizar para uma maior utilização dos refeitórios escolares e também para incutir hábitos de alimentação saudável junto dos alunos.

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Os alunos a confeccionar ementas de alimentação saudável

Durante a manhã a brigada ia ao refeitório e tomava contacto com o que acontecia aos alimentos até à sua confecção. Depois, observavam o desperdício alimentar, questionavam os colegas porque não comiam a sopa ou terminado prato e viam quais as alternativas escolhidas no bar para o almoço. Também se aperceberam que as refeições eram preparadas na escola e não vinham pré-confeccionadas do exterior pela empresa que presta o serviço.
A sensibilização que estes jovens ganharam, e que passaram aos colegas, permitiu que mais 30 alunos passassem a utilizar regularmente o refeitório da Josefa d’Óbidos durante o decorrer do ano lectivo passado, num total de 250 alunos.
“Constatámos que havia alunos que tinham subsídio e, com isso, direito à senha de almoço, mas que não usufruíam dela”, conta Margarida Reis, vereadora da Câmara de Óbidos, que tem um projecto ligado à nutrição com as escolas do concelho.
A responsável contou que, em vez de irem à cantina, os alunos procuravam produtos mais aliciantes nos supermercados e cafés das proximidades da escola.

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Tendo em conta o sucesso do projecto no ano lectivo passado, a Brigada da Cantina vai voltar à escola este ano revista e aumentada. Ou seja, para além do trabalho de verificação e sensibilização, os jovens também irão, juntamente com a equipa de nutrição, fazer as ementas. “Já no ano passado foram convidados a dar o seu parecer sobre o que estava a funcionar bem e o que se devia melhorar”, disse a vereadora, acrescentando que tendo em conta as suas opiniões investiram mais junto da empresa que presta o serviço de refeições, a Gertal – Companhia Geral de Restaurantes e Alimentação, SA.
De acordo com Margarida Reis, foi feito um investimento, por parte do município, na comparticipação das refeições escolares, tanto ao nível da matéria prima como da categoria dos cozinheiros, que passou a ser superior. A Câmara tem um valor contratual com a empresa de 1,64 euros + IVA por aluno, que se traduz num aumento de 50 cêntimos em relação ao ano passado.
“Tivemos a preocupação, neste caderno de encargos, em não ter um exagero ao nível da variedade, mas ter alimentos que fossem bem confeccionados e aceites pelos alunos”, disse Margarida Reis, especificando que apostaram em produtos mais conhecidos pelos jovens, que têm mais aceitação e são mais saudáveis.
O plástico praticamente não entra no refeitório, a não ser nos tabuleiros. Todos os outros objectos são de vidro ou metal, no intuito de minimizar o uso deste produto poluente.
Este ano regista-se também uma maior exigência ao nível do bar, por produtos mais saudáveis, como é o caso do tipo de pão e dos ingredientes para fazer as sandes, e numa maior aposta em sumos naturais. Na Josefa haverá ofertas diferentes em três menus saudáveis, com salada de fruta, gelatinas, fruta e sumos naturais.
É também tido em conta o tipo de bolo do dia, que é confeccionado na cantina a vendido à fatia, podendo ser de cenoura, espinafres, ou de legumes. “Para não abdicarmos da totalidade dos bolos, tentámos apostar nos que oferecem menos calorias”, explicou a responsável.

Medidas preventivas do excesso de peso

A valorização das refeições na cantina foi também feita pelos próprios pais dos alunos, depois de terem sido convidados a almoçar na escola. “A mensagem que chegava a casa era de que a comida não prestava mas, curiosamente, os pais acharam que a comida satisfazia e não houve nenhuns a apontar problemas”, disse a autarca. Também ainda no ano lectivo passado foi realizado um encontro de dois dias, que juntou alunos, pais e entidades públicas, onde discutiram a problemática dos refeitórios e foi partilhado o testemunho da Brigada da Cantina.
Estas medidas, também pretendem ser preventivas do excesso de peso. O ano passado começou ser feito um acompanhamento personalizado no combate à obesidade, trabalhando com o próprio aluno, ao nível da nutrição, psicologia e actividade física, mas também incutindo hábitos de vida saudável na própria família.
“Acompanhámos quatro alunos e os resultados foram visíveis”, disse a vereadora, pelo que agora querem aumentar o número de alunos a acompanhar, num trabalho conjunto com o agrupamento e centro de saúde.
Durante o ano escolar está também previsto que as turmas visitem os refeitórios dos complexos escolares para verem como é feita a confecção dos alimentos e a preocupação que há em termos de higiene.
Outra das preocupações deste ano é com os lanches escolares, no sentido de alertar as famílias para o que é aconselhável colocar na lancheira.

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