Obidense cria projeto para crianças que alia a música à terapia

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Margarida Rodrigues com o primeiro produto do projeto Caixa de Música

Caixa de Música é como se designa o projeto agora apresentado e cujo primeiro produto é um “xilofone especial”

Uma caixa com um xilofone desmontado, com as instruções de montagem e algumas orientações e sugestões de como tirar partido de um melhor som ou a referência a notas musicais com associação de cores é o primeiro produto lançado pelo projeto Caixa de Música. A autoria é da obidense Margarida Rodrigues, uma terapeuta ocupacional com experiência em Musicalização Infantil e graduada em Neurociências da Música, e foi lançado no Espaço Ó, em Óbidos, no início do mês.
“É um projeto onde a música e a terapia se aliam com o intuito de construir uma primeira aventura musical para os pequenos músicos que começam agora a explorar os sons e as sensações do mundo”, explica a autora à Gazeta das Caldas. Terapeuta ocupacional de profissão, Margarida Rodrigues foi, desde muito jovem, clarinetista na banda filarmónica de Óbidos e sempre viu a música como uma ferramenta que pudesse utilizar no seu trabalho. Antes da pandemia dava aulas de musicalização infantil, que acabaram com o confinamento, pelo que começou a delinear outra forma de fazer chegar a música às crianças e famílias. “Como não podíamos estar juntos fisicamente pensei em disponibilizar as ferramentas para que pais e filhos, nas suas casas, pudessem ir desenvolvendo competências”, conta a jovem, acrescentando que as atividades têm um grau de exigência que implica a participação de um adulto.
O primeiro produto lançado no âmbito do projeto Caixa de Música foi um xilofone, construído à mão pelo luthier de Óbidos, Luís Eusébio, depois de um cuidado processo de escolha das madeiras a utilizar e de cada uma das peças ser afinada para que, quando o instrumento for montado, toque na perfeição. “A ideia é que o xilofone vá acompanhando o desenvolvimento da criança”, explica Margarida Rodrigues, especificando que como este se destina a crianças a partir dos três anos, que ainda não sabem ler, há uma associação das notas musicais às cores. Inclui ainda uma parte, mais ligada à criatividade, em que as crianças podem construir a sua própria música, usando notas autocolantes coloridas que podem colar numa pauta.
“É um xilofone especial porque foi construído para desenvolver competências cognitivas, sensoriais, motoras e de comunicação”, explica, dando como exemplo o facto de integrar duas baquetas com o objetivo de estimular a integração bilateral. Também a atividade de montagem do instrumento desenvolve a paciência e a expetativa das crianças.
A responsável destaca ainda a importância da participação do adulto nas brincadeiras, que para ele é uma oportunidade de parar, estar atento e conhecer melhor a criança. Já para a criança, este “brincar juntos” é um jogo de estímulos, que são necessários para que se desenvolva e para fortalecer o vínculo e a comunicação com o adulto.
Lançado este primeiro produto, Margarida Rodrigues pensa já em novas propostas, que poderão passar por um tamborim. A ideia é estender o projeto a outras faixas etárias, tanto para bebés como para crianças que já tenham outras competências motoras ou mesmo entrar na área sénior. “E a ideia é que possam ser também atividades que utilizem a música mas sem necessitar de instrumentos, como jogos de sons e de ritmo”, concretiza.
As caixas de música estão à venda nas redes sociais e na Loja Identidade em Óbidos e, para futuro, a jovem está a preparar workshops. ■