Obras na ESE estarão terminadas a 17 de Novembro

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Alves de Oliveira
Alves de Oliveira vai criar um grupo de trabalho para fomentar a investigação sobre a liderança de primeira linha

Deverão estar concluídas a 17 de Novembro as obras de requalificação dos alojamentos do quartel da Escola de Sargentos do Exército, que representam um investimento de 3 milhões de euros.
Segundo o novo comandante da ESE, o coronel de infantaria Jorge Alves de Oliveira, será cumprido o prazo determinado para a conclusão das obras, que irão permitir “uma melhoria substancial nas condições para os alunos”.

As novas casernas têm 36 quartos, cada um com capacidade para quatro alunos, com ligação à Internet e sala de estudo.
Menos de um mês depois de ter tomado posse do cargo, o comandante da ESE concedeu uma entrevista à Gazeta das Caldas onde falou do papel desta escola no Exército, do futuro da instituição e da relação existente com a comunidade caldense.
Desde que tomou posse ainda não voltou à sua casa, em Vendas Novas, porque a sua família (mulher e duas filhas) têm insistido em passar o fim-de-semana nas Caldas da Rainha. “Ainda hoje telefonei-lhes para lhes lembrar para trazerem os discos do Sting, que me têm feito falta, e já vinham a caminho”, comentou.
Alves de Oliveira também gosta muito das Caldas e está entusiasmado com este mandato à frente da ESE.
“Ainda é cedo para um balanço, mas as minhas primeiras impressões são muito boas”, comentou. O responsável salienta a qualidade do corpo de oficiais, sargentos, praças e de civis existente na escola. “Dão, logo à partida, uma garantia de bom funcionamento da unidade”, disse, comentando que encontrou “a casa arrumada”. São 31 oficiais, 53 sargentos, 94 praças e 19 civis.
Alves de Oliveira elogiou o trabalho dos seus antecessores no cargo e garantiu que irá continuar a abrir a escola de sargentos à comunidade caldense. “Vamos continuar a trabalhar com essas entidades. Essa abertura à comunidade em geral é muito importante e o próprio Exército nacional trabalha nisso”, referiu.
Para o comandante, o quartel das Caldas da Rainha tem características que permitem um maior entrosamento porque está próximo da cidade. “Temos muitos militares que moram no concelho e isso permite que haja uma ligação muito próxima”, disse.
O quartel tem um impacto positivo na economia do concelho, principalmente no comércio e na restauração.
Para além do corpo militar a prestar serviço, passam também pelas Caldas milhares de alunos dos cursos. Actualmente estão no quartel 95 militares a frequentar o curso de promoção a sargento-chefe, que termina a 15 de Dezembro.
A partir de 26 de Novembro chegam os 146 alunos do curso de formação de sargentos, dos quais 16 são mulheres e um é do Exército da Guiné-Bissau. São ainda esperados este ano mais três militares daquele país para frequentarem o curso.
Formar sargentos nas Caldas

A ESE é um estabelecimento militar de ensino profissional que tem como missão assegurar a preparação cultural, técnica e profissional-militar necessária ao ingresso e progressão na carreira de sargentos dos quadros permanentes.
Nesta escola são ministrados os Cursos de Formação de Sargentos e os Cursos de Promoção a Sargento-ajudante e Sargento-chefe.
“O sargento é o elemento basilar da estrutura hierárquica da estrutura do Exército. São eles que ligam as praças aos oficiais”, comentou Alves de Oliveira.
“Procuramos dar-lhes uma sólida formação ética, militar e técnica. Queremos formar sargentos líderes, que sejam educados na ciência militar, mas também com a cultura dos valores e tradições do Exército português”, explicou o comandante.
O objectivo é que estes sargentos sejam líderes com carácter, presença e capacidade intelectual. “Para isso, principalmente no programa de formação inicial, temos uma forte componente de ética e comando. Não é só teórica, porque há um conjunto de exercícios práticos que permite realçar essas capacidades”, referiu.
Como há sempre muito mais candidatos do que vagas a preencher (este ano foram cerca de 900), a selecção que fazem dos alunos permite-lhes que neste curso só entrem os melhores.
“O curso de admissão tem cinco fases e não é fácil”, afirmou o Alves de Oliveira.
Candidatam-se a estes cursos, praças e sargentos (com idades entre os 20 e os 24 anos) que estejam em regime de voluntariado para ficarem no quadro permanente do Exército.
O curso tem vindo a ser actualizado para se ajustar aos tempos modernos, com novas disciplinas como Informática. O ensino da língua inglesa é também uma das prioridades, até para facilitar as missões no estrangeiro.
“O trabalho de actualização é feito através de uma avaliação permanente”, disse o comandante.
Alves de Oliveira vai criar um grupo de trabalho para fomentar a investigação sobre a liderança de primeira linha no qual se vai envolver directamente.
Só o primeiro ano do curso de formação de sargentos é realizado nas Caldas da Rainha. O segundo ano é feito nas escolas práticas de acordo com as especialidades.
A ESE aposta também nas relações internacionais, existindo um projecto de cooperação internacional com a Escola de Sargentos das Forças Armadas de Moçambique. Naquele país estão colocados três militares da ESE, que são os responsáveis pelos cursos de formação.
O próprio Alves de Oliveira foi director de um projecto de cooperação com a escola de oficiais de Angola. Durante a estadia naquele país conheceu alguns militares que tinham sido formados nas Caldas da Rainha e que elogiaram este quartel.

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