
O PS caldense defende que a Junta de Freguesia de Santo Onofre também deveria estar integrada na regeneração urbana de que será alvo a cidade nos próximos anos.
“Tomar como linha diferenciadora entre as duas freguesias a linha do caminho de ferro é uma situação que reputamos de inaceitável”, afirma o vereador Delfim Azevedo, destacando que ainda não foi reposta a lógica de um desenvolvimento “sustentado e harmonioso” entre as duas freguesias urbanas.
Os socialistas querem que a cidade seja olhada como um todo e já tomaram essa posição na Câmara, o que “obrigou” a maioria social democrata a procurar um financiamento comunitário para a realização de obras em Santo Onofre.
“Estamos atentos, não podemos é pactuar com o deixar andar”, garante Delfim de Azevedo, acrescentando que este processo terá que acelerar de maneira a ter uma conclusão simultânea à que está prevista para o resto da cidade.
O vereador Rui Correia lembrou que o PS aquando da campanha eleitoral para as autárquicas juntou várias pessoas para darem contributos para o concelho e que havia um assunto que reunia consenso: que as freguesias são centros históricos e não são entendidas como tal.
No entanto, “esta Câmara continua a ter a noção que o centro histórico das Caldas é o centro de Nossa Senhora do Pópulo, o que consideramos uma miopia urbanística e profundamente desactualizado”, acrescenta o vereador.
Rui Correia realçou ainda que a filosofia do PS prende-se com a ideia de criar uma cidade e concelho policêntricos em matéria do que são os centros. Lembrou as propostas avançadas por Mário Pacheco, que aponta outros eixos de desenvolvimento para a cidade, nomeadamente para acabar com a divisão ao meio da cidade (a linha férrea) através da construção de várias pontes para garantir a ligação entre as duas zonas da cidade.
Na conferência de imprensa que realizaram na sede da Junta de Freguesia de Santo Onofre, os socialistas mostraram várias imagens que mostram o estado de degradação em que se encontram vários locais e espaços da freguesia.
Câmara candidata o Bairro da Ponte ao Projecto Rampa
A Câmara das Caldas em resposta às posições do PS, referiu-nos que entregou, em meados de Setembro, uma candidatura ao programa Rampa – Regime de Apoio aos Municípios para a Acessibilidade, para fazer o estudo ao nível das acessibilidades na área da freguesia de Santo Onofre, nomeadamente no Bairro da Ponte.
A candidatura integra ainda um plano municipal de acessibilidades, que pretende promover a coesão territorial no acesso aos bens públicos.
Caso a candidatura para o estudo seja aprovada, este será entregue a uma empresa da especialidade e depois, a autarquia irá fazer nova candidatura e ter majoração, para a execução da intervenção, explicou o vereador Hugo Oliveira.
De acordo com o autarca, todo o Bairro da Ponte “tem uma história e uma lógica de funcionamento”, com ruas estreitas e, muitas delas, sem passeios, pelo que o desafio será criar acessibilidades nessas artérias.
“Se há freguesia em que tem havido investimento público é Santo Onofre, até mais do que em Nossa Senhora do Pópulo”, refere, acrescentando que esta freguesia não pôde ser abrangida pela regeneração urbana, devido aos critérios de avaliação impostos pela candidatura.
“A candidatura tinha um fundamento que era melhorar o centro da cidade, dito comercial, para ser competitivo com a vinda dos centros comerciais”, explicou Hugo Oliveira, adiantando que inicialmente a área prevista para intervenção era quase toda a cidade.