Projetos sustentáveis para a comunidade e de educação ambiental estão em execução
A Lagoa de Óbidos ocupa um lugar de destaque nas preocupações ambientais dos municípios das Caldas e de Óbidos. Em elaboração está uma candidatura, conjunta, da Lagoa a Sítio Ramsar (Zona Húmida de Interesse Internacional). Para além disso, as Caldas dispõe, no seu território, de um Centro de Interpretação para a Lagoa de Óbidos, uma ferramenta que permite abordar, divulgar e estudar diversas áreas do conhecimento como a ecologia, biologia, história, sociologia e etnologia.
Está também a ser dinamizado o serviço educativo naquele centro de interpretação, com oficinas, saídas de campo, férias na Lagoa e ações de formação e workshops, que serão acompanhados por técnicos da associação PATO. A autarquia caldense destaca, neste projeto, as ações de formação que estão acreditadas para professores, de modo a aumentar as suas competências, “úteis na capacitação dos alunos do concelho”.
Óbidos terá, porventura, os projetos mais ambiciosos nesta área, com a criação do Parque de Ciência Viva na Poça do Vau e da Cativa, ao mesmo tempo que está a ser feito um Estudo Sistemático da Lagoa de Óbidos e valorização das margens dos Rios Arnóia e Real, numa interligação de projetos. Esta investigação, que está a ser desenhada com os contributos da ESTM, de Peniche, e outros parceiros, pretende analisar desde as pradarias marinhas, à fauna piscícola, não esquecendo os cavalos-marinhos (já em número muito reduzido), assim como o estudo de aves enquanto elementos de biodiversidade. “Será com base nesse estudo que sairão muitos dos conteúdos que farão daquele local, com cerca de 54 hectares (Poça do Vau e Poça da Ferraria), um Parque de Ciência Viva”, explica o presidente da Câmara, Filipe Daniel, destacando que a “educação é essencial neste processo de defesa do Ambiente e até na luta contra as alterações climáticas”.
A autarquia está também a preparar o projeto para uma Comunidade de Autoconsumo, no Casal do Codorno (Gaeiras). O espaço que já foi uma “lixeira”, propriedade dos municípios de Óbidos, Caldas da Rainha e Peniche, e que a autarquia de Óbidos acabou de adquirir, possui 45 hectares para desenvolver este projeto. Já apresentado à Direção-Geral de Energia e Geologia e ao Ministério do Ambiente, foi considerado pela diretora de Serviços e ministro do Ambiente “como único e inovador a nível nacional”, explicou o autarca. Deverá ser executado durante o ano de 2024, com a colocação de painéis fotovoltaicos, para produção de energia elétrica.
Também durante os anos de 2024-25, está prevista a reflorestação de terrenos do município, como meio de promoção da biodiversidade, uma resposta às metas de descarbonização e fomento de um ecossistema mais natural.
Aposta na compostagem
A compostagem comunitária e em algumas ações de Educação Ambiental são as apostas do município do Cadaval ao nível do Ambiente. “Reduzir o impacto ambiental negativo per capita no concelho, prestando especial atenção à educação ambiental e à gestão de resíduos sólidos urbanos”, é o objetivo, tendo desenvolvido ações com crianças de controlo de espécies invasoras, mas também com a preparação de uma horta escolar e visitas guiadas com interpretação da flora da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto. Ao nível da gestão de resíduos sólidos urbanos, o projeto Cadaval a Compostar “Biobairros – da terra à Terra”, lançado em 2021, tem como meta a redução dos resíduos depositados pelos munícipes no contentor dos indiferenciados que posteriormente iriam para aterro. Foram comprados compostores domésticos e comunitários e dada formação a mais de 300 munícipes, distribuindo compostores domésticos aos que tinham condições para os receberem. Foram ainda instalados compostores comunitários para os que, habitando em apartamentos, não tinham condições para fazer compostagem nas suas habitações. De acordo com o vereador do Ambiente, Dinis Duarte, a grande adesão ao projeto levou a autarquia a “apresentar uma nova candidatura ao Fundo Ambiental, no final de 2022, para aquisição de mais quatro compostores comunitários e para a realização de ações de formação”.
Também a autarquia do Bombarral vai avançar com um centro de compostagem comunitário que, quando “estiver a funcionar em pleno, vai beneficiar várias famílias na vila”, refere a autarquia sobre o projeto “Bombarral + Orgânico”. Também o Festival do Vinho Português e Feira Nacional da Pera Rocha, que é o maior evento do município, está associado aos EcoEventos. “O ano passado conseguiu separar-se 1905 kg de embalagens, papel e vidro”, tendo a autarquia contado com o parceiro Valorsul que disponibilizou um contentão e pontos de reciclagem pelo recinto.
Lixo transformado em arte
A Nazaré implementou, em 2021, o projeto Projeto Águas Belas que tem por objetivos a promoção do uso da água da rede, sensibilização para a diminuição do uso de plásticos descartáveis e separação dos resíduos, e a limpeza e recolha dos plásticos e outros resíduos nas praias do concelho. As ações já realizadas permitiram a recolha de resíduos que, depois de separados deram origem à construção de uma obra de arte, que será apresentada este ano. De acordo com o vereador do Ambiente, Orlando Rodrigues, a autarquia pretende também remodelar o parque da Pedralva, retirando as espécies invasoras e plantando espécies autóctones, e colocando alimentadores de pássaros e hotéis de insetos. “Espera-se que a intervenção potencie e melhore o usufruto deste espaço, designadamente para a prática de desporto ao ar livre, momentos de lazer, visitas de estudo, passeios em família, e acolhimento de eventos lúdicos e temáticos”, concretiza.
Berlenga mais sustentável
Em Peniche foram construídos, nos últimos anos, três passadiços e, também, substituídas três escadas em madeira que dão acesso às praias da Baía Norte. Os passadiços, para além de contribuírem para uma melhor acessibilidade, permitem a proteção do cordão dunar das praias que ligam o Baleal aos portões de Peniche. “Este poderá ser um exemplo a seguir por outros municípios, mas é sem dúvida um exemplo a replicar no concelho, nomeadamente nas praias da Baía Sul, praias que ligam a Consolação ao Molhe Leste”, refere a autarquia. Neste concelho, destaque também para o fornecimento de energia elétrica nas Berlengas através de painéis fotovoltaicos, uma medida que permite mitigar o consumo de cerca de 15 mil litros de combustível fóssil por ano.
A par deste investimento foi ainda adquirido e colocado ao serviço um equipamento de dessalinização, permitindo reduzir o número de viagens com o propósito de transportar água potável para a Ilha da Berlenga. ■