Projeto Caldas Story District reativado em fevereiro de 2021

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As peças permanecem no centro histórico mas não funcionam há quatro anos | Fátima Ferreira

Lançado em 2016, o projeto funcionou corretamente durante pouco tempo. Atos de vandalismo e problemas nas peças levaram a que fossem desligadas e tivessem de ser estudadas novas soluções

Quem passa junto ao Hospital Termal e na zona histórica do Largo João de Deus já se deparou com umas peças metálicas que representam, de forma estilizada, alguns dos animais criados em cerâmica por Bordalo Pinheiro. Os objetos integram o projeto Caldas Story District, que começou a funcionar em inícios de 2016 e tinha por objetivo de dar a conhecer histórias das Caldas, contadas por personalidades locais. Em fevereiro do próximo ano deverá ser reativado.

O acesso à informação passa a ser feito através de dois botões presentes nas estruturas para evitar o funcionamento ininterrupto

Algumas das peças de grandes dimensões eram acionadas pelo toque e outras, mais pequenas, convidavam a pessoa a sentar-se para ouvir as estórias, contadas por caldenses como Alberto Saramago, Hermínio de Oliveira, José Augusto, ou Joaquim Nazareth, sobre a fundação da cidade, do património, estabelecimentos ou simples memórias.
Mas a vida do projeto, desenvolvido pela empresa EVOL e que custou 60 mil euros (apoiado por fundos comunitários do Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos) foi curta. Atos de vandalismo e problemas de funcionamento dos equipamentos, poucos meses depois de terem entrado em funcionamento, levaram a autarquia a mandar desligar as peças (um caranguejo, uma cobra, uma lagosta, um caracol, uma vespa, um rato, uma rã e uma andorinha), que assim permanecem há quatro anos…

Recuperação das peças
Para solucionar o problema, a Câmara das Caldas firmou um protocolo com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra (INESC), que vigorará por três anos e que tem um custo de 12.100 euros.
De acordo com Hugo Oliveira, vereador com o pelouro do Turismo e Eventos, a recuperação das oito peças exigiu um trabalho de várias equipas, tendo sido criados dispositivos de software e hardware que irão funcionar internamente nas peças, com vista à reprodução áudio de informação, tendo sido corrigido um dos problemas do projeto anterior.
“A informação sonora era automática, o que gerava algum incómodo, sobretudo nos casos em que as peças se encontram muito próximas de habitações”, explicou o autarca, acrescentando que quando havia falhas nos dispositivos, estes causavam um “ininterrupto debitar sonoro de informação”.
Agora, o acesso à informação passa a ser feito através de dois botões presentes nas estruturas, o que evitará este problema. Será também aplicado um produto anti graffiti, de modo a minimizar possíveis atos de vandalismo.
Ainda de acordo com o autarca, foram gravados, em conjunto com o CCC, 48 áudios (metade em português e em inglês) com informações sobre “estórias” da história das Caldas da Rainha, constituindo assim o roteiro turístico-cultural “Caldas Story District”.

O projeto foi inaugurado em março de 2016 | Joel Ribeiro/Arquivo