Transformador do sofrimento? Alquimista da alma?

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notícias das CaldasPapel imbuído de alquimia? Se por alquimia considerarmos o papel de ajuda a outros em direção à sua capacidade e prazer de transformação, então sim, imbuído de alquimia. Num contexto de profundo respeito pelo(s) outro(s), a sua singularidade, o seu potencial de evolução e a sua própria responsabilidade nesse processo; sem que a alquimia seja a “magia” ou poder do técnico, mas a força da energia de respeito e reconhecimento de que se reveste a relação, de um espaço de escuta e sentir de outro(s), que permitirão pôr em prática, também, conhecimentos técnicos que poderão ajudar outro a maior encontro com a sua própria humanidade.

Desafio sublime de reconhecimento e respeito pelo outro no espaço de suporte à promoção de caminhos de evolução e gratificação! Estabelecimento de relações de ajuda que promovem o desconstruir dos pesos de padrões que tendem a gerar repetido sofrimento, potenciando os recursos internos que ajudam a um caminho de ligação e gratidão à vida e à fertilidade do dar e receber.
Promoção de reflexão e reequacionamento interior, no sentido de encontro com a capacidade de transformação e evolução, inerente ao ser humano, que lhe permita “ousar viver mais plenamente o direito ao prazer e ao exercício da nossa humanidade”.
Caminho de olhares para fragilidades e mágoas, para dolorosos e repetidos sentires e estares. Caminho de afeto que ajuda a desmontar, a construir caminhos de conexão com forças. De ajuda num processo singular de assunção de forças e fragilidades.
O técnico, conhecedor de umas quantas teorias, é antes de mais a pessoa, supostamente, com bom senso. Posições nas quais se sente com o poder de ditar doutas assunções/ interpretações que são a “solução” para “salvar” o que vem procurar ajuda, desmontando o outro com interpretações, sem efetivamente o ouvir e sentir, subtraindo-lhe responsabilidade no caminho de acesso ao seu interior, à sua capacidade de se “curar”; são posturas erradas e muito perigosas em saúde mental.
É o profundo respeito pela singularidade do ser que pede ajuda, respeito pela sua responsabilidade no caminho aos seus próprios processos internos; em sintonia com um vasto conhecimento técnico, que poderá significar ajuda, evolução, conexão com riqueza do potencial humano transformador, e com a ligação à sua “fúria de viver”.
E em todas as situações em que há sofrimento continuado, é fundamental haver intervenção que permita a ligação à vida e ao potencial construtivo e criativo do individuo. Naturalmente a saúde mental não é algo de menor importância, e arrastarmo-nos na vida em repetidos padrões de sofrimento, promove doença. Doença psíquica e física. Afasta-nos do imenso potencial que todos temos. Subtrai sentido à vida …
Vale a pena pedir ajuda, investir na nossa saúde, na nossa qualidade de vida, no nosso potencial criador … sempre que sentimos que precisamos…

Carla Abranches
www.carlaabranches.com