Beatbombers continuam de pé nos pódios internacionais

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Beatbombers1Depois de trazerem o ouro para Portugal em 2011, conquistado no IDA World DJ Championships, e após quatro anos a subirem ao pódio nesta competição, os Beatbombers sagraram-se vice-campeões noutro campeonato internacional – o DMC World DJ Championships, na sua versão online. Foi no final do mês de Agosto que a dupla caldense composta por DJ Ride e Stereossauro anunciou o segundo lugar nas redes sociais. Gazeta das Caldas falou com eles acerca do projecto Beatbombers, um nome que é referência no scratch/turntablism dentro e além-fronteiras.

Oliveiros Oliveira e Tiago Norte são DJ Ride e Stereossauro, dois amigos que se juntaram em 2003 movidos pelo gosto do gira-discos e da mesa de mistura. O facto de ambos serem naturais das Caldas aproximou-os desde logo às conversas sobre o scratch e, daí até à formação dos Beatbombers deu-se um pequeno passo. “Quando começámos a fazer scratch não havia ainda muita informação, acho que nem no youtube, então fomos trocando ideias e técnicas um com o outro. Ainda hoje o espírito é esse, de partilha e aprendizagem”, conta Stereossauro.
Mas afinal, o que é isto do scratch e turntablism, géneros nos quais a dupla tem convencido os juris internacionais?
O scratch consiste em “arranhar” o vinil, num movimento rápido que é feito com a ponta dos dedos para trás e para a frente, enquanto o turntablism é a arte de manipular sons a partir de um gira-discos e uma mesa de mistura. Uma arte que sai cara, garante Stereossauro, de 37 anos. No seu caso, começou “a fazer scratch bastante tarde porque só quando já estava a trabalhar a tempo inteiro consegui juntar dinheiro para o material, e sempre a comprar uma coisa de cada vez”.
O ano de 2011 foi de ouro para os Beatbombers, não só porque conquistaram o primeiro lugar no IDA World DJ Championships, na categoria “show”, um feito histórico para Portugal, sendo que foram pioneiros, mas também porque lançaram o primeiro álbum da dupla, “TugaBreakz”.
“Foi incrível, mais do que a sensação de missão cumprida sentimos que realizámos um sonho”, recorda Stereossauro.
No ano anterior já haviam trazido a prata, resultado também alcançado em 2012 e, em 2014, a Cracóvia (Polónia) viu-os subir ao terceiro lugar do pódio, de onde a dupla caldense parece não querer sair tão cedo. É que este ano, no dia 25 de Agosto, os Beatbombers anunciaram no Facebook o segundo lugar no DMC World DJ Championships, uma competição que decorre em Londres, mas onde os DJs participaram na sua versão online. À sua frente ficaram os canadianos The Fresherthans.
Tanto o primeiro CD como o seu segundo volume, “TugaBreakz II” – este último gratuito – foram preparados entre Lisboa e Caldas da Rainha, pois Stereossauro ainda vive nas cidade termal, ao contrário de DJ Ride, que acabou por se mudar para a capital. Stereossauro explica que os álbuns são direcionados principalmente ao público DJ, porque consistem em “ ‘ferramentas’ para outros DJ’s usarem, ‘beats’ instrumentais que reflectem a nossa pesquisa ao longo do tempo e que também são uma forma de retribuição para a comunidade”. Nos beats notam-se as influências portuguesas, inclusivamente ligadas ao fado, mas também frases de séries de televisão, “sons que não existiam em vinil porque os discos de scratch eram todos em inglês. Quisemos incluir coisas que o público conhecesse, até porque a língua portuguesa faz parte da nossa cultura e, por isso, vai sempre reflectir-se no nosso trabalho”, adianta Stereossauro.
Os Beatbombers dizem não conhecer um segredo ou receita para vingar na música electrónica, “continuo à procura todos os dias”, brinca Stereossauro, mas garantem que o trabalho diário e a aprendizagem e evolução constantes são três peças essenciais para o sucesso. Ah, e “sorte, claro!”.
Maria Beatriz Raposo
mbraposo@gazetadascaldas.pt