Tiago Baptista regressa às Caldas e expõe no CCC

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O presidente da Câmara, o diretor do CCC, Natxo Checa e Tiago Baptista
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“Febre Contínua” é a mostra que trouxe de volta o artista plástico leiriense que se formou na ESAD.CR

Tiago Baptista formou-se em Artes Plásticas na ESAD.CR e está de volta à cidade onde estudou com a mostra “Febre Contínua”, na galeria do CCC.
Da mostra, cuja a abertura foi muito participada por amigos e família do artista, fazem parte telas de vários tamanhos, algumas de grande escala. Nestas, o artista evoca várias referências pictóricas e faz uso de elementos gráficos da Banda Desenhada e da ilustração e tanto usa elementos figurativos como abstratos. Tiago Baptista refere a história da pintura ocidental e também junta imagens que estão ligadas à navegação na internet e nas plataformas digitais. Apresenta de igual modo pinturas com reflexões sobre o poder e sobre a linguagem falada e a escrita.
O leiriense viveu nas Caldas durante seis anos e, na abertura desta mostra, contou que foi na cidade termal que fez a sua formação como artista e também “como pessoa”.
Tiago Baptista, quando terminou os seus estudos, na escola de arte caldense, mudou-se para Lisboa e tem atelier na Galeria Zé dos Bois (ZDB), situada no Bairro Alto. Como tal, a mostra tem curadoria de Natxo Checa, responsável por aquele espaço na capital. “Voltar às Caldas é sempre bom e vou mantendo uma relação pois as Caldas estão sempre na minha memória e no meu coração”, referiu o artista.
Tem por cá amigos e colegas que escolheram ficar pela região e com quem mantém ligação com regularidade.

Voltar às Caldas “é voltar ao centro”
“Para mim voltar às Caldas é voltar ao centro pois não me sinto distante da cidade e das pessoas”, referiu autor.
Na sua opinião, no tempo em que era estudante “não havia tanta abertura e não era fácil aceder a espaços como a galeria do CCC”. Contudo, hoje há mais espaços e mais condições para realizar exposições e para desenvolver trabalho artístico. “No meu tempo tínhamos que expôr em espaços improvisados como garagens”, referiu.
Por outro lado, Tiago Baptista também tem saudades desses tempos em que era necessário improvisar pois não havia tanta parceria com as entidades locais e camarárias.
Já sobre esta “Febre Contínua”, Tiago Baptista explicou que a mostra surgiu de uma outra, realizada em 2021 e que surgiu durante o período de pandemia. Como tal esta exposição foi trabalhada ao longo de um ano e “está centrada no fazer pintura, sem obedecer a um programa coeso , formal ou estético”, referiu o autor que diz que dar continuidade a “Febre” é também uma outra forma de “voltar ao centro não só às Caldas como também a estes trabalhos, marcantes na minha carreira”.
Tiago Baptista tem tido oportunidade de mostrar o seu trabalho no estrangeiro. Já expôs em Barcelona e, em 2023, fez parte de uma residência artística em França, além de que tem uma presença regular em feiras internacionais de arte.
Em breve, Tiago Baptista viajará para Hamburgo, na Alemanha, para participar em mais uma experiência artística internacional. E se por um lado, em Lisboa “há todo um circuito ligado às artes” atualmente “é difícil encontrar espaços e casas com preços acessíveis”.
Na sua opinião é interessante que haja iniciativas de descentralização como esta mostra do seu trabalho e que une galeria lisboeta ao CCC.
Vítor Marques, o presidente da Câmara enalteceu o papel da ESAD.CR na região, no país e no estrangeiro e agradeceu ao autor pelo seu percurso artístico. Salientou também a internacionalização da sua pintura.
O edil caldense sublinhou a importância das sinergias que se podem estabelecer tal como aconteceu nesta mostra entre a Galeria ZDB e o CCC. E espera que possa trazer mais iniciativas, unindo sinergias.
“A relação que o Tiago tem com as Caldas é similar à que o artista tem com a ZDB pois tem atelier connosco há 14 anos”, disse Natxo Checa, o curador que é um dos responsáveis pelas artes visuais da ZBD, acrescentando que foi através de uma docente da escola de artes caldense que conheceu o trabalho de Tiago Baptista. Lembra-se que contatou com a sua expressão artística numa mostra de finalistas na então ESTGAD.

A mostra do artista plástico de Leiria poderá ser apreciada até final de março
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ESAD.CR traz frescura às artes
Segundo este responsável, Lisboa “está um pouco saturada de uma certa forma artística de estar” e a ESAD.CR “trouxe uma forma de estar mais leve no início dos anos 2000 com uma série de artistas como o Barateiro, o Canoilas ou o Carlos Bunga”.
Natxo Checa acha que a ESAD.CR voltou a renovar-se e continua a marcar pontos pois os estudantes que ali se formam “têm uma soltura que não se constata nas Belas Artes de Lisboa”.
Na sua opinião, quem sai da escola de artes caldense “tem uma outra forma de estar que não existe no ensino das artes na capital”.
O curador da galeria da capital referiu também que aprecia todo o movimento dos artistas que trabalham para o Estúdio Origami e que integra vários elementos, formados na ESAD.CR. Por seu lado, Mário Branquinho, o diretor do CCC, deu a conhecer que as exposições que se realizam naquele espaço têm curadoria do CCC mas também incluem elementos do Centro de Artes e da ESAD.CR que auxiliam na curadoria e na escolha das exposições a realizar neste equipamento.
“Febre contínua”, que resulta de uma ponte com a ZDB, em Lisboa, é de entrada livre e pode ser visitada no CCC até 30 de março. ■

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