Universidade sénior vai ter novas disciplinas

0
447

A Universidade Sénior Rainha D. Leonor terminou o ano lectivo em festa, a 21 de Junho, com as habituais apresentações dos  seus estudantes. O palco escolhido foi o auditório da ETEO que acolheu uma divertida tarde em que os estudantes cantaram, representaram, dançaram e declamaram poesia. No final realizou-se um jantar convívio, animado por música ao vivo, nas instalações da escola. Na semana anterior, os estudantes apresentaram uma exposição dos seus trabalhos no Céu de Vidro. Entre os trabalhos estiveram fotografias sobre a Praça da Fruta que vai dar origem a um livro, previsto para o início do próximo ano lectivo.
É sempre em festa que termina o ano lectivo da Universidade Sénior. Há números de dança, de teatro, cantigas e representações de vários géneros. Este foi o primeiro ano que o professor de Teatro, José Ramalho trabalho o teatro de objectos e de marionetas com vários grupos da escola. Segundo Virgílio Leal, o tesoureiro da direcção da Universidade Sénior, a escola este ano foi frequentada por 240 alunos em 22 disciplinas.
Segundo explicou perfilam-se novas áreas como Gastronomia (que foi iniciada a meio do ano lectivo anterior), Património, Introdução à Ciência Económica e Escrita Criativa que podem ser agora selecionadas pelos alunos. “O que acabámos de assistir, as exposições dos trabalhos e as representações que a universidade tem feito fora das Caldas, são bem representativos da garra e da alegria que estes alunos possuem”, disse o dirigente.
Para Virgílio Leal este é um projecto da autarquia que está consolidado. Quem frequenta a universidade sénior terminou a sua vida activa mas vem partilhar os seus saberes nesta escola. Durante o mês de Julho encontram-se abertas as inscrições para o próximo ano lectivo.
Fotografia sobre a Praça da Fruta em livro
O Céu de Vidro, no Parque D. Carlos I, foi o espaço escolhido para a apresentação dos trabalhos destes estudantes. Artes florais, pintura, cerâmica, bordados, fotografia, tricô, croché e corte e costura foram apresentadas à comunidade, numa tarde em que houve desfile de moda e convívio entre várias gerações.
Carlos Barroso é professor voluntário de fotografia e com os seus alunos está a desenvolver um projecto de um livro sobre a Praça da Fruta. Tendo em conta que o espaço vai ser remodelado e “deixaremos de a ver como ela está agora, justifica-se registá-la”, disse o docente que é também fotojornalista e está ligado a vários órgãos de comunicação social.
O livro será dedicado em exclusivo à praça e sua envolvente e vai ser lançado no início do próximo ano lectivo. O caldense Carlos Barroso é professor voluntário na Universidade Sénior e não podendo dispensar mais tempo ao projecto diz que a sua colaboração com a escola vai cessar com o lançamento do livro. Constança Varandas, 64 anos, é uma das alunas envolvida neste projecto dedicado à Praça. Há seis anos que frequenta a universidade sénior  desde essa altura que tem aprendido a fotografar com os vários professores. Na Praça, explicou, “dedicámo-nos a registar os rostos dos vendedores da Praça, algo que é mais difícil do que parece”, disse. A aluna está a gostar de colaborar até porque acha que é importante registar quem ali trabalha.
Contactou uma vendedora que “vinha vender com a mãe em miúda com apenas três anos e hoje, com filhos e netos, continua a venda naquele espaço”, rematou. António Narciso, 66 anos, está há sete na Universidade Sénior e há quatro que se dedica à fotografia. O aluno aproveitou a oportunidade para agradecer a colaboração das pessoas da praça que se prontificaram a ser fotografadas para incluir no futuro livro. “Ficamos com uma recordação de como era a Praça que entrará em breve em obras de remodelação”, disse. Joaquim Leiras, 70 anos, vive no Alto das Gaeiras e este é  o primeiro ano que está a frequentar a Universidade Sénior. Como está reformado, “tenho agora tempo para me dedicar à fotografia”, disse. Para o estudante, como a praça vai ser modificada “acho que era muito interessante registar para mostrar como era às gerações vindouras”, rematou.
Sobre a exposição Ana Caetano, representante da Comissão de Alunos afirmou que se trata do culminar de um ano de trabalho. “Temos aqui verdadeiros talentos, que os alunos só descobriram que os tinham depois dos 50 anos”, disse a responsável. Ana Caetano acha que “toda a gente” deveria ir para Universidade Sénior pois esta serve sobretudo “para trocar experiências, conviver e descobrir talentos guardados. Se nós quisermos, esta pode ser a melhor época da nossa vida”, rematou a representante dos estudantes.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt