A singularidade de José Malhoa no aniversário do Museu e da Liga dos Amigos

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Decorreu no Museu de José Malhoa, a 15 de Junho, uma Sessão Solene comemorativa do 10º aniversário da Refundação da Liga dos amigos do Museu de José Malhoa.
A data foi assinalada com uma conferência de Paulo Henriques sobre José Malhoa, o actual director do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado e que durante vários anos foi director do Museu de José Malhoa e  também com o lançamento de um livro dedicado à Liga dos Amigos e à criação deste museu caldense.

O Museu de José Malhoa assinala em 2013 os  80 anos da sua criação. Segundo a directora, Matilde Couto, esta foi  a data em que o Ministro da Instrução Pública assinou o despacho da criação do Museu, elaborado pelo Conselho Superior de Belas Artes e que integrava nomes como José de Figueiredo, Raul Lino, D. José Pessanha ou Diogo de Macedo. “Há dez anos que esta data foi escolhida para homenagear as pessoas que permitiram que este museu existisse”, explicou a directora acrescentando que na altura os institutos oficiais pediram para que voltasse a constituir a Liga dos Amigos do Museu. E assim se fez. Hoje a Liga tem como presidente Margarida Taveira, dinamizadora de iniciativas como esta celebração e que convidou Paulo Henriques e Dóris Santos a participar.
Em 2003, recriada a Liga de Amigos, o presidente foi Mário Goncalves e por isso no livro que foi lançado nesta sessão consta o seu testemunho.
“Liga dos Amigos do Museu José Malhoa. Como nasce um museu” é da autoria de Dóris Santos, natural do Bombarral e que já trabalhou no Museu de José Malhoa. Neste momento é coordenadora do Museu da Nazaré.
A Liga dos Amigos convidou Dóris Santos para fazer uma intervenção dado que se tinha dedicado à história do próprio museu, no âmbito da sua  tese de mestrado. “É à Liga dos Amigos inicial, que congregou  vontades para criar um museu de artes, que ficou com o nome de José Malhoa, que  na altura já era uma figura nacional, que se deve este trabalho inicial”, disse a autora.
Explicou ainda que foi dada nova vida à  liga em 2003, por altura da comemoração do Dia Internacional dos Museus. O novo livro tem uma segunda parte, onde também colaborou Matilde Couto que se dedica às biografias dos elementos da Liga dos amigos do Museu de José Malhoa que trabalharam para a criação deste museu.
Durante a sua intervenção, Paulo Henriques deu a conhecer que José  Malhoa passou por vários regimes políticos: Monarquia , 1ª Republica e Estado Novo e “teve sempre bom acolhimento”, ou seja, para este investigador “há no seu trabalho uma singularidade que agrada à maioria dos portugueses”, acrescentou.
Na sua apresentação mostrou algumas das obras do pintor, mais importantes no seu percurso e estabeleceu uma ponte entre o Museu de José Malhoa e aquele que é agora o Museu de Arte Contemporânea, onde estão também algumas das obras mais importantes do pintor naturalista caldense.  O director fez uma interessante exposição acerca de José Malhoa, guiando os presentes, que encheram a principal sala do museu, pelo percurso e pela obra de Malhoa, dando nota de vários aspectos da sua carreira. A sessão terminou com apontamentos musicais com a pianista Patrícia Costa.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt