Caldas perde pontos após grande exibição…

0
312
As combinações à direita entre Januário e Villela, e também com Tarzan, desequilibraram o Amora na segunda parte

Pelicanos voltam a apresentar um recital de futebol ofensivo, mas Ruben Rendeiro parou (quase) tudo

Há duas formas de olhar para este 2-2 do Caldas na partida com o Amora. A fatalista, que mostra a perspetiva de uma equipa que fez tudo para ganhar, mas ficou aquém. E a otimista, que mostra que, no final dos 90 minutos e picos, um grande jogo de futebol que teve de tudo.
Como em tudo, algures no meio estará a visão mais correta. Mas, no plano geral, é difícil não reconhecer que, a haver justiça num vencedor, esse seria o Caldas, que no conjunto dos 90 minutos teve mais iniciativa, teve (muito) mais remates, enquadrados e não enquadrados, teve mais cantos, sofreu mais faltas, perto e longe da área, e viu o guarda-redes adversário ser verdadeiramente decisivo no desfecho final.
Além disso, o Caldas também não se mostrou satisfeito com algumas decisões de arbitragem, sobretudo alguma dualidade de critérios na amostragem de cartões amarelos e nalguma permissividade quanto a algum antijogo dos jogadores do Amora.
Mas importa, sublinhamos, destacar que houve, de facto, um grande jogo de futebol no Campo da Mata, num domingo à noite, com 1600 adeptos nas bancadas.
O jogo começou aberto, com o Amora a mostrar que vinha para garantir um bom resultado, num sistema muito dinâmico, num 3-6-1 peculiar, com um quadrado no meio campo a criar dificuldades entrelinhas ao Caldas e a projetar bastante os laterais.
O Caldas, também de pendor ofensivo, até marcou primeiro, num lance que sublinha a importância de João Tarzan na disputa de duelos aéreos. O avançado atacou uma bola perdida no meio campo ofensivo e isolou Lucas Villela para um golo fácil.
A reação do Amora foi rápida e eficaz a dar a volta ao marcador encontrando espaços quer no corredor central, quer à direita para bater a defensiva do Caldas.
O jogo do Amora obrigou José Vala a mexer, mas fê-lo bem. Com os laterais muito mais projetados, no segundo tempo o Caldas empatou aproveitando a dinâmica que Januário acrescentou com mais liberdade ofensiva. E até à troca de laterais, só deu Caldas, mas faltou finalização.
Mesmo com 10, o Caldas desperdiçou oportunidades para chegar à vitória. ■

Momento do jogo

Canal 11

Aos 90’+5 minutos. O Caldas tinha aguentado a investida do Amora, que tentava capitalizar a vantagem numérica, e já tinha visto João Tarzan muito perto de fazer o golo da vitória. Num momento que parecia controlado pelo Amora, num lançamento lateral defensivo, Gonçalo Chaves forçou o erro de Pedro Marques e foi para a baliza, rematou com força, mas Rendeiro fez uma grande defesa. A bola foi ter com Evandro, mas perante a saída de Rendeiro o extremo tentou colocar ao segundo poste, mas falhou por milímetros… ■

 

“Falhámos muito”

José Vala não teve dificuldade em identificar o que faltou para a equipa ter levado do jogo os três pontos que fez por merecer. “Falhámos muito. Ainda a acabar o jogo, o lance do Evandro é incrível”, recordou. O técnico considerou que o Caldas entrou bem na partida, mesmo com as dificuldades que o Amora foi criando, mas reagiu bem após ajustes no final da primeira parte e ao intervalo. “É mais um ponto nesta luta, continuamos perto dos quatro primeiros e vamos lutar até ao fim”, garantiu. O técnico destacou, ainda, que o Caldas se tornou o melhor ataque da série, mas que é preciso melhorar o score de golos sofridos, embora atribua mérito ao Amora nesta partida na forma como obteve os seus golos. ■