ESDRM está na vanguarda da formação das áreas do desporto

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Nuno Pimenta (à direita) diz que a ESDRM foi criada com a virtude de querer inovar e assim vai continuar

Escola de Rio Maior lança este ano curso dedicado aos eSports e trabalha para ver nascer centro de investigação

A Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM), do Politécnico de Santarém, foi criada há 26 anos com uma forma diferente de olhar a formação de profissionais das áreas do desporto e continua a projetar-se de forma inovadora. A escola está a lançar cursos TeSP que integram a tecnologia, mas o grande projeto passa pela criação de um centro de investigação, que já está em andamento.
“A escola sempre teve a virtude de querer ser inovadora. Há 26 anos, quando iniciámos a escola com 18 alunos e uma oferta direcionada para as profissões do desporto, que não incluía a educação física, quando todo o panorama nacional era para aí direcionado, disseram que a escola estava destinada ao fracasso, mas acabámos por perceber que todo o ensino seguiu o nosso modelo”, diz Nuno Pimenta, diretor da ESDRM.
É assim que o diretor continua a ver a escola numa perspetiva de futuro. “Tentar manter essa matriz de inovar, de não ter medo de arriscar e trilhar novos caminhos”, afirma.
Preparar os profissionais do futuro requer pensar à frente, perceber tendências, e as tecnologias estão hoje no centro de tudo isso. “É um futuro que já está presente. Muitas escolas estão a apostar nisso, e nós também”, refere Nuno Pimenta.
Essa aposta reflete-se, para já, ao nível da oferta de cursos TeSP (técnico profissional superior). “Estamos a lançar cursos que permitem a técnicos subgraduados ajudar técnicos de desporto a usar tecnologia no desporto. Não é uma oferta inovadora, é conjugar com a oferta atual”, refere Nuno Pimenta.
Inovador é o curso Gaming and eSports, que a escola lança este ano. “O Comité Olímpico Internacional lançou este ano competição olímpica em eSports, e é um privilégio para a ESDRM apostar, ao mesmo tempo, nesta vertente de desporto que ainda não é consensual, mas é uma realidade com futuro”, refere o diretor da ESDRM.
“A aposta dos clubes nesta área já existe, as federações estão a chamar a si competição oficial, por isso é um setor socioeconómico e científico do desporto a abraçar”, sublinha, acrescentando que este curso é “singular, nenhuma outra escola o tem”.
Com este curso, a escola pretende formar técnicos capazes de organizar eventos de eSports, mas vai mais além. “Trata-se de desenvolver competências desportivas aos gamers, como velocidade de reação, coordenação oculomanual”, entre outros aspetos, pelo que se podem abrir oportunidades para a criação da carreira de treinador nestas áreas, defende.
Mas preparar o futuro, da escola e dos profissionais do desporto e atividade física do amanhã vai além das tecnologias.
“Queremos consolidar áreas em que já tínhamos investido. Na gestão do desporto, abrimos pela primeira vez um mestrado, o que é inovador ao nível de um politécnico”, assinala.
Com esta oferta direcionada a nichos de mercado, a escola procura consolidação, mais do que crescimento de oferta. “Com 40 turmas na escola, já temos dificuldade em dar resposta do ponto de vista logístico, por isso a nossa aposta é mais a consolidação do que o crescimento”.
Mas há um grande projeto a sair da gaveta e que vai fazer a ESDRM passar de uma escola formativa para uma entidade produtora de conhecimento. Trata-se do Sprint, um centro de inovação no desporto e na atividade física “que é uma aposta forte e tem um potencial enorme. Passa por aí o futuro próximo”, afirma.
O projeto já foi submetido ao Centro de Ciência e Tecnologia e tem, além da ESDRM, mais nove politécnicos como membros fundadores. “É um centro com cobertura territorial nacional, o que é singular no país, porque os que existem são locais”, refere. O centro será coordenado pela ESDRM. “Temos espaço no nosso campus para edificar o polo de investigação, agora vamos pedir ao Estado para acreditar nesta aposta que estamos a fazer”, aponta.
Caso o projeto seja aprovado, “podemos propor abertura de cursos de doutoramento, o que, mais uma vez, será singular ao nível das ciências do desporto no politécnico”, salienta Nuno Pimenta. O Sprint, que já tem mais de 120 investigadores inscritos, vai produzir conhecimento nas várias atividades de desporto, como a ligação à saúde, a promoção de hábitos de vida saudável, além do treino desportivo. “É das iniciativas mais disruptivas no ramo do desporto nos últimos anos”, acredita.
O diretor acrescenta que a ESDRM, pelo seu dinamismo, vai “continuar a estudar oportunidades, a estar atenta a movimentos, e a dar melhor resposta”. “Os nossos formandos são reconhecidos pela qualidade, dão cartas no panorama nacional e internacional”, destaca, acrescentando que a taxa de empregabilidade da escola está acima dos 90%, “com grande aceitação dos stakeholders do desporto e atividade física”. ■