Nuno Januário avança para a área no lance que acabou com o guarda-redes Rafa expulso

Primeira parte de altíssimo nível garantiu vantagem numérica e no marcador que abriu caminho
para o segundo lugar. Os dois golos, um numa jogada colectiva, outro individual, são obras-primas

Campo da Mata, Caldas da Rainha
Árbitro: Bruno Rebocho, AF Lisboa
Assistentes: Edgar Duarte e Cláudio Caldeira

Caldas 2

Luís Paulo [7]; Passos [7], Militão (C) [8], Gaio [8] e Farinha [8]; Paulo Inácio [8] e Simões [7] (André Santos [5] 65); Januário [7] (Ruca [4] 86), Pedro Faustino [8] e Hugo Neto [7] (Bruno Eduardo [5] 75); João Tarzan [7]
Não utilizados: Rui Oliveira, yordy, Leandro, Marcelo
Treinador: José Vala

Águeda 0

Rafa Santos; Diogo Castro, Miguel Campos, Emanuel (C) e Pedro Tavares; Tojó, Paulo Moreira e Diogo Gouveia (Manuel Cordeiro 64); Raul Almeida (Mário Évora 32), Ivan Fidalgo (Gabriel 64) e Neto
não utilizados: Marcelo Dias, Souffo, Pedro Sá
Treinador: alberto morais
Ao intervalo: 1-0
Marcadores
Pedro Faustino (20), Hugo Neto (60)
Disciplina
Amarelo: Castro (39), Simões (60), Neto (74)
Vermelho: Rafa (30)

Duas vitórias consecutivas nas duas primeiras jornadas da segunda volta e o Caldas é segundo classificado. Com um padrão tão forte sob o signo do 2, não era difícil adivinhar o resultado do jogo!
Para quem acredita nessas coisas, talvez estivessem alinhados os astros para este triunfo do Caldas. Já os mais pragmáticos dizem que a sorte dá muito trabalho. E a realidade é que o Caldas trabalhou muito para este resultado.
O Águeda teve, na realidade, poucas oportunidades para se impôr no jogo. O Caldas apresentou-se, novamente, muito forte na ocupação dos espaços e nas dinâmicas de jogo, tanto quando não tinha a bola para a recuperar, como depois com ela nos desdobramentos ofensivos. Logos nos instantes iniciais, Januário e Pedro Faustino combinaram com perigo à direita e deixaram João Tarzan perto do golo. Pedro Tavares, central do Águeda, começou marcar pontos na sua exibição. Mas o golo era uma questão de tempo e paciência. Surgiu ao minuto 20. Tudo começou num livre defensivo, foram 13 passes, 26 toques na bola por 8 jogadores numa jogada que é um hino ao futebol. João Tarzan acrescentou requinte na recepção do passe longo de Gaio e na assistência para Pedro Faustino.
A vantagem só deu mais espaço às jogadas rápidas e inteligentes dos alvinegros. À meia hora, Tarzan isola Januário, que obriga o guarda-redes Rafa a fazer falta fora da área para o travar. O Águeda ficava reduzido a 10. Pouco depois, era Farinha que entrava lançado na área e acabava travado por Castro. A grande penalidade podia resolver o jogo, mas a relva tramou João Tarzan e a bola, projectada por um tufo de relva, subiu de forma até caricata.
Mas o segundo golo surgiria sempre pela capacidade de pressionar do Caldas. Paulo Inácio roubou a bola e ofereceu-a a Hugo Neto, que marcou com um gesto técnico delicioso. Até ao fim foi só gerir, a vitória já não fugia. E não fugiu.
Segue-se agora viagem aos Açores, para defrontar o lanterna-vermelha Fontinhas.

Melhor do Caldas

Pedro Faustino

Pedro Faustino 7

Primeira parte de um nível altíssimo, na qual foi um dos principais responsáveis pelo elevado ritmo do jogo alvinegro. Apareceu a marcar, assistiu Farinha no lance do penalti, recuperou bolas…

 

Januário, jogador do caldas
Bom momento
Sabíamos que ganhando podíamos subir a segundo ou terceiro. Estamos num bom momento, prevalece o trabalho que fazemos durante a semana. Temos um plantel muito competitivo e isso ajuda-nos a crescer todos os dias. Não vamos pensar em ir ao play-off, vamos continuar a pensar jogo a jogo. Não é por estarmos numa sequência boa que somos os melhores, nem por perdermos um jogo que somos os piores e assim levaremos o barco a bom porto. Senti-me bem em campo, trabalho para isso, todo o plantel está pronto para responder quando é chamado. O importante é trabalhar bem e sermos felizes.

José vala, treinador do caldas
Sem sobressaltos
Entrámos bem no jogo e mesmo antes da expulsão estávamos a merecer a vantagem. Com a expulsão tornou-se mais fácil, continuámos a ter paciência e capacidade de circular a bola. Acredito que se quiséssemos mais golos poderíamos ter feito, mas temos que estar conscientes que o importante são os três pontos. Foi um jogo sem sobressaltos. O nosso objectivo não pode ser o segundo lugar, tem que ser com objectivos intermédios.

Alberto Morais, treinador do Águeda
Expulsão injusta
O Caldas é das melhores equipas deste campeonato, já era difícil com os 11 e com 10 ficou pior. Não me parece que o nosso guarda-redes tenha feito falta. Não serve de desculpa, mas condicionou-nos.