O Caldas não conseguiu pontuar nos últimos três jogos fora de casa e apesar de se manter no segundo lugar, o conforto da posição é muito relativo, uma vez que são apenas três os pontos que separam o pelicano do sexto lugar que pode resultar na descida.
O opositor era um Vilafranquense a precisar de pontos (caso não tivesse vencido o Caldas teria caído para antepenúltimo). E a formação da terra da arte taurina, muito apoiada por uma claque ruidosa e uma bancada de sócios muito composta, foi o antónimo do que tinha sido nas Caldas. Uma equipa muito pressionante desde o meio campo ofensivo, sem receio do contacto e até de recorrer à falta, com Paulo Sereno, Alfa – jogador emprestado pelo Benfica – e David a formarem um sector muito forte e coeso.
Só ao minuto 17 o Caldas conseguiu criar uma situação de perigo, na ressaca de um pontapé de canto André Santos rematou para uma boa defesa de Rodrigo. Praticamente na resposta Alfa conduziu à vontade pela meia direita e rematou ainda de longe, a bola sofreu um desvio e bateu Luís Paulo.
A equipa de Vila Franca continuou a controlar o jogo, teve numa série de cantos alguns remates perigosos, embora desenquadrados com a baliza, e um lance já nos descontos em que foi Juvenal a impedir o bis de Alfa após um cruzamento largo.
Era preciso mais Caldas e menos Vilafranquense na segunda parte para os alvinegros conseguirem inverter o rumo do jogo. Mas não aconteceu nenhuma das duas. Nem com a alteração feita ao intervalo, com a entrada de Marcelo, o meio campo do Caldas foi capaz contornar a pressão da equipa da casa e servir os avançados em condições favoráveis.
A alternativa veio nos livres de André Santos, dois em posição lateral. Os remates de surpresa criaram perigo, mas não foram suficiente para bater Rodrigo.
Tal como na primeira parte, o Vilafranquense reagiu ao perigo a marcar. Tabela fácil à direita entre Ruben e Figo, o lateral centra com qualidade para Marocas bater a oposição de Juvenal.
O Caldas tem agora um jogo em que é obrigatório ganhar, contra a Naval, para ganhar balanço para uma série de jogos complicada com duas saídas e a recepção ao Mafra pelo meio.
MELHOR DO CALDAS
André Santos 3
Durante o jogo viu-se várias vezes “desesperado” pela forma como o jogo decorria. Tentou remar contra a maré com um remate de longe e dois livres directos que causaram dificuldades a Rodrigo. No entanto, o Vilafranquense teve, em comparação com o Caldas, o poder de uma onda gigante.
Clemente, jogador do Caldas
Temos que estar focados
O Vilafranquense entrou a pressionar forte e com boa circulação bola, demorámos a encaixar na nossa primeira zona e eles chegaram ao primeiro golo com uma pontinha de sorte. Na segunda parte tentámos correr atrás do golo, acabámos por sofrer o segundo. Não levamos pontos daqui, que era o mais importante, mas há que continuar a trabalhar e dar uma resposta no próximo jogo. Não podemos pensar que estamos tranquilos por termos alguns pontos de avanço, temos que estar focados no nosso trabalho. Individualmente é a época que me está a correr melhor, esperava mais colectivamente, queria estar na fase de subida até por ser mais aliciante, agora temos que garantir a permanência o mais depressa possível.
José Vala, treinador do Caldas
Nunca conseguimos ser perigosos
Ganhou quem fez mais por isso. Entraram mais fortes, com uma atitude mais competitiva. Algo não está bem nos jogos fora, temos outra atitude nos jogos em casa, mais agressivos. O Vilafranquense marcou, na segunda parte foi um arrastar do jogo, nunca conseguimos ser muito perigosos.
Filipe Coelho, treinador do Vilafranquense
Justos vencedores
Fomos justos vencedores contra uma excelente equipa. Ainda não lhes tínhamos ganho, estamos satisfeitos mas conscientes que ainda falta muito para fazer.
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