A pocinha de Salir está sem água

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A pocinha num dia de Verão de há três anos (foto de arquivo) e agora sem água

 

A pocinha num dia de Verão de há três anos (foto de arquivo) e agora sem água

Nos últimos tempos têm chegado à Gazeta das Caldas relatos de pessoas que vão às Pocinhas de Salir do Porto, mas quando lá chegam encontram o furo sem água. A falta de água não significa que a nascente esteja seca, mas sim que a tubagem, do final da década de 60, está corroída, perdendo água.
Arnaldo Custódio, presidente das juntas de freguesia de Tornada e Salir do Porto, explicou ao nosso jornal que as entidades estão a acompanhar o processo desde Fevereiro deste ano, altura em que pela primeira vez foi detectada a falta de água nas pocinhas.
Os testes entretanto realizados mostram que “não há falta de água”. Além da corrosão no tubo, que faz com que a água se perca no caminho até à superfície, o autarca salienta que podem existir alguns entupimentos. “Há dias em que a água corre e outros não, poderá haver algumas pedras a entupir”, explicou, salientando que existe a possibilidade de a própria força da água resolver este problema.
Apesar das queixas dos muitos que fazem a caminhada entre a duna e a baía, passando pela antiga alfândega, e que depois encontram o furo sem água, “a qualidade da água não foi alterada e mantém as mesmas características”. E essas são essencialmente aquelas que foram detectadas nas primeiras análises, em 1915, que atestavam que aquelas águas doces que nasciam junto ao mar eram boas para beber, e que foram confirmados em 1970, com análises onde foram salientadas as suas propriedades minerais, benéficas para a digestão e para a pele.
Arnaldo Custódio disse mesmo que não está excluída a possibilidade de ser feito um novo furo perto deste, uma vez que se prevê que a requalificação seja cara e complexa, obrigando à instalação de uma plataforma. “A curto prazo dificilmente vamos conseguir resolver o problema”, desabafou o autarca.
As pocinhas são assim chamadas porque, ainda antes do furo, na maré baixa formavam-se poças de águas doce nas rochas que ficaram populares pelas suas características na década de 40 do século passado.
A água de Salir chegou a ser comercializada em cafés na zona e é frequente ver pessoas a levarem garrafões para encher e tratarem dos seus problemas com regularidade, no conforto das suas casas. A água com propriedades termais atinge a superfície a uma temperatura entre os 27 e os 29º.
A primeira concessão de exploração destas águas aconteceu no início do séc.XX a um visconde inglês de nome John George.