António Carneiro demite-se da Associação Nacional das Entidades Regionais de Turismo

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O presidente da Assembleia Geral da Associação Nacional das Entidades Regionais de Turismo (ANERT), António Carneiro, demitiu-se do cargo e pediu a extinção daquela associação depois de cinco das 11 entidades de turismo que a compõem terem reunido à revelia das restantes para discutir o projecto de lei sobre a reorganização regional do sector.
Num comunicado tornado público na semana passada, o também presidente da (ainda) Turismo do Oeste diz que pertence a uma geração de dirigentes regionais “que não estava habituada a estes jogos de bastidores, a estas quebras de solidariedade mesmo entre amigos (amigos?), exercida em nome de claros (nalguns caso bem visíveis) interesses pessoais”.
Na mesma altura foi divulgado também um comunicado assinado pelos presidentes das regiões de turismo do Oeste, Douro, Litoral Alentejano, Alqueva, Serra da Estrela e Leiria-Fátima, que critica a “quebra de solidariedade” das outras cinco entidades regionais por se terem reunido à revelia da associação e se terem assumido como “legítimos representantes” dessas entidades.
Em causa está a discussão do referido projecto lei, cujas versões “foram sempre construídas no silêncio dos gabinetes”.
O comunicado lamenta que em vez de “um consenso sempre possível, os presentes na reunião preferiram este inevitável gesto de confronto e divisão, em nome de desígnios expansionistas que ofendem os territórios que nos cabe defender”.
Na nova geografia das regiões de turismo, o governo pretende agrupar o Oeste com Lisboa e Vale do Tejo, num território que iria desde Nazaré até Sesimbra e que incluiria Lisboa.
Por considerar que a região ficará a perder com esta reorganização, a Turismo do Oeste propôs que se agrupasse unicamente com o Vale do Tejo, ficando Lisboa de fora.
Esta solução, que segundo Luís Garcia, vice-presidente da Turismo do Oeste, contava com o apoio dos seus congéneres de Santarém, foi prejudicada pela participação da Turismo de Vale do Tejo nessa reunião, onde se aceita a decisão do governo.
Luís Garcia diz, contudo, que nada está perdido e que ainda há esperanças que o Oeste não fique diluído na região de Lisboa e mantenha alguma autonomia ficando integrada com a Turismo do Vale do Tejo.

Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt