Credores dão mais 60 dias à J. L. Barros

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A empresa conta com 27 empregados e continua a laborar

Luís Saraiva e a sua mulher, Salette Saraiva, compraram as acções da empresa Cunha Gomes e tornaram-se novamente os proprietários a cem por cento da J. L. Barros que deixará de chamar-se J. L. Barros & Cunha Gomes, SA.
Na assembleia de credores realizada no dia 27 de Setembro, foi decidido manter a empresa em funcionamento e conceder dois meses à nova estrutura accionista para apresentar um projecto de viabilização da empresa.
“A J. L. Barros voltou às Caldas da Rainha”, disse o empresário Luís Saraiva ao nosso jornal, acrescentando que os materiais de construção vão continuar a ser parte integrante da actividade da empresa, mas que esta terá, forçosamente, de diversificar a sua actividade.
Sem adiantar qual o ramo que poderá dar um novo fôlego à empresa, o mesmo responsável disse que tem em perspectiva potenciais parcerias com investidores e que o futuro da J. L. Barros passa, inclusive, pela sua internacionalização.“O importante é que agora foi resolvido o impasse que existia na gestão e na condução do negócio”, disse, referindo-se às divergências que existiam com o seu ex-sócio Cunha Gomes. A tomada do controlo total sobre a empresa foi, aliás, segundo Luís Saraiva, um dos motivos que levou os credores a acreditarem na recuperação da empresa.
“Eu não comprei agora para fechar daqui a 60 dias”, disse, sublinhando que a J. L. Barros não deve dinheiro ao Estado nem aos seus 27 trabalhadores e que continua de porta aberta e a laborar.
O empresário diz que o ramo dos materiais de construção civil continuará a existir, mas agora voltado para o Habitat Confort, um conceito relacionado com a recuperação de casas (e não a construção de casas novas) e a necessidade de as dotar com equipamentos que lhes proporcionem mais conforto.
A valor da acção de insolvência da J. L. Barros é de 2,3 milhões de euros e os maiores credores são o BCP e o Banco Popular, com créditos na ordem dos 700 mil euros. A restante dívida está diluída por inúmeros fornecedores.
Confiante, Luís Saraiva, diz que o seu maior terceiro credor, uma empresa suíça, continua a vender-lhe a crédito, naquilo que é uma óbvia demonstração de confiança.
Um dos maiores activos desta firma caldense com 94 anos é a sua localização, junto ao principal nó de acesso à A8. “Se estivéssemos na Zona Industrial eu não estaria tão optimista”, disse o seu proprietário, admitindo que esta é uma importante mais valia para a viabilização da empresa e que não lhe têm faltado interessados em propor-lhe parcerias para aquele espaço.

Carlos Cipriano
cc@gazetadascaldas.pt

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