Portugal e Moçambique querem estreitar laços através do mar

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Peniche recebeu a conferência Economia do Mar que visa estabelecer ligação entre os dois países a vários níveis

O auditório da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar recebeu na terça-feira a primeira conferência Economia do Mar – formação, ensino, estágios e certificação, organizado pela Câmara de Comércio Portugal Moçambique.
A iniciativa teve como objetivos promover a investigação, o debate e a difusão de experiências sobre a Economia do Mar em Moçambique e Portugal, e otimizar as relações com as empresas, a academia e as instituições moçambicanas e portuguesas, com foco para instrumentos de desenvolvimento na formação, ensino, estágios para os estudantes moçambicanos e certificação.
Reunindo vários especialistas nestas áreas, durante a sessão foram identificadas diversas áreas nas quais os dois países podem e devem cooperar de modo a fortalecer a relação, com dividendos para ambas. E a primeira conclusão foi a necessidade de reforçar as parcerias ao nível do ensino e formação dos profissionais daquele país africano, não só com parcerias entre instituições de ensino dos dois países, de modo a formar e certificar escolas e docentes moçambicanos para melhor prepararem os futuros profissionais de acordo co as necessidades das empresas, como nas próprias empresas portuguesas, que podem receber estagiários.
O Politécnico de Leiria, e a própria ESTM, é já um exemplo disso tendo já estabelecido um protocolo para receber 50 alunos, “que vão ajudar a transformar e melhorar condições em Moçambique”, frisou Rui Pedrosa, presidente do IPL, acrescentando que a instituição de ensino está disponível “para ajudar, colaborar, partilhar, aprender com Moçambique para replicar o que aqui fizemos”.
Rui Pedrosa disse que o Politécnico de Leiria tem realizado uma aposta forte em Peniche na dinamização da economia do mar, através do investimento na criação do centro de investigação Cetemares, “referência na valorização recursos marinhos e no desenvolvimento de novos ou melhorados produtos”. Rui Pedrosa deu, ainda, como exemplo o Smart Ocean – Parque de Ciência e Tecnologia do Mar de Peniche, na qual o IPL é parceiro da Docapesca e do Município de Peniche e que vai dotar o porto de Peniche de “um verdadeiro ecossistema nesta área”, com um sistema de incubação de empresas.
Além da formação, nesta sessão foi elencada a necessidade de promover políticas de cooperação entre os dois países relativamente ao investimento privado. O moçambicano Alberto Magalhães revelou que a pesca é um recurso de riqueza no seu país, mas as condições para a praticar são escassas. “Temos sérias dificuldades em materiais de pesca, muitas vezes utilizando redes mosquiteiras”, revelou.
Elsa Nicolau e Luís Silvério, das empresas de pescado Nigel, de Peniche, e Luís Silvério & Filhos, da Nazaré, frisaram que ambas as empresas têm abertura para receber pescado daquele país, pelo que há condições para fomentar esta relação. ■