Um projecto polémico

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campo de golfe
O campo de golfe antes de o ser. Terraplanagens realizadas em 2015 e que provocaram contestação.| Carlos Cipriano
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Foi há dois anos que vários hectares de terreno no Bom Sucesso começaram a ser desmatados para dar lugar ao campo de golf agora inaugurado. No topo de uma falésia com vista para o mar e para a Lagoa de Óbidos ficaram enormes clareiras de solos arenosos onde antes havia mato e árvores que protegiam as dunas.

O promotor de tais obras era a massa insolvente da empresa Crissier SA, de acordo com um cartaz afixado no estaleiro da obra. O projecto chamava-se então Falésia D’el Rey. Hoje chama-se West Cliffs (Falésias do Oeste).
Perante os protestos que na altura se levantaram contra o que foi classificado como um atentado ambiental, a Câmara de Óbidos respondeu que o promotor tinha direitos de construção adquiridos e admitiu que os cofres do município encaixaram 10 milhões de euros pelo licenciamento daquelas infraestruturas.
O Falésias D’El Rey era um PIN (Projecto de Interesse Nacional), o que significava, segundo a legislação criada pelo governo de Sócrates, uma “via rápida” para diminuir o tempo necessário para obter autorizações e licenças necessárias à sua execução.
A Plataforma de Defesa do Bom Sucesso, um movimento cívico que contestou aquele empreendimento, criou uma página no Facebook e realizou um abaixo assinado, tendo-se reunido ainda há poucos meses com grupos parlamentares na Assembleia da República.
Mas a contestação revelou-se inútil. O governo da geringonça provou-o agora ao fazer-se representar na inauguração do campo de golf com um ministro e uma secretária de Estado. 

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