Explorar farinha de bolota, uma estufa doméstica de hidroponia ou um carro eléctrico para transporte de compras, foram algumas das ideias premiadas no concurso de empreendedorismo das escolas do Oeste. A cerimónia decorreu na tarde de 6 de Maio na sede da comunidade intermunicipal do Oeste.
Explorar a farinha de bolota foi um dos projectos vencedor do concurso de empreendorismo nas escolas do Oeste. QuercuBaça é o nome da ‘empresa’ criada por José Mendes e Duarte Machado, estudantes da EB 2,3 Frei Estevão Martins (Alcobaça).
Na apresentação, os estudantes recordaram a utilização da bolota, que remonta ao neolítico e que caiu em desuso, salientando o valor nutricional deste alimento.
Os jovens tiveram em conta a existência de muitos carvalhais na região e pretendem reaproveitar antigas moagens, criando ainda uma vertente de turismo.
Este projecto tem ainda uma preocupação ambiental forte porque vai contra a desflorestação e a plantação de eucaliptais e porque não recorrerá a energia eléctrica, mas sim hídrica. No futuro os jovens – que estimaram o investimento inicial em 17 mil euros -, pretendem produzir biscoitos, azeite e óleo de bolota para cosméticos. Os estudantes acreditam que seria possível atingir um volume de negócios de 60 mil euros anuais.
O primeiro prémio valeu-lhes 200 euros, num concurso que premiou também uma pulseira/relógio com um botão de emergência em caso de bullying promovido por quatro jovens da EB da Abrigada (Alenquer). Recebeu 100 euros.
Em terceiro lugar ficou o “Pinguim Falante”, apresentado por Margarida Martins (Escola Raul Proença). Trata-se de uma capa de telemóvel que alerta os professores quando os estudantes têm os telemóveis ligados (75 euros).
CENFIM conquistou concurso do secundário
No ensino secundário André Pereira e Gabriel Ricardo, do Cenfim, conquistaram o primeiro prémio com um protótipo da sua Growbox, uma mini-estufa doméstica de hidroponia. Servirá para plantas aromáticas e pequenos legumes. Segundo os promotores, tem como vantagens a facilidade de utilização (com a possibilidade de controlo através de app), a economia e a imagem atractiva.
Destina-se a habitantes de centros urbanos e jovens. No futuro pretendem criar estufas com dimensões distintas, bem como conseguir controlar os nutrientes, o PH e os níveis da água de forma automatizada.
Em segundo lugar ficou uma pastelaria de requinte, com cupcakes e cakepops personalizavéis apresentada por três jovens do Externato de Penafirme (Torres Vedras). Cada uma das três sócias necessitaria de investir 5000 euros, tendo já localização, nome, logótipo, fardas e planta feitos.
Em termos de estratégia comercial, além de um site e redes sociais, pretendem fazer outdors funcionais (como um banco ou uma rampa com a marca).
Em terceiro lugar ficou a chocadeira circular automatizada de Marco Mateus e David Francisco, do Externato Cooperativo da Benedita. Como vantagens tem a redução do número de peças, que permite uma redução de custos e do preço final ao consumidor. Além disso, a chocadeira procura reduzir gastos energéticos e possibilita a monitorização via smartphone.
Um carro eléctrico para transporte de compras
As jovens Carolina Barrelas e Francisca Ferreira, da EBI de Santo Onofre, venceram no segundo ciclo, com um carro de compras eléctrico. Com diferentes dimensões, permite uma redução do esforço e um aumento da autonomia. Destina-se aos jovens (pelo peso das mochilas escolares), aos idosos e pessoas com mobilidade reduzida.
É feito em acrílico, o que permite a escolha de diferentes cores, sendo alimentado por uma bateria eléctrica. Contém um sistema de equilíbrio e outro anti-roubo (GPS).
Para lançar este negócio, as estudantes, que criaram t-shirts com o logótipo e uma maquete, necessitam de 100 mil euros.
Em segundo lugar ficou o projecto Salto, criado por três jovens da EB de Santa Catarina. Trata-se de um sapato com dois botões que permitem aumentar ou diminuir o salto. A grande vantagem é que um mesmo sapato serve para diferentes ocasiões.
Em terceiro ficou o DASO, um dispositivo que ao ser apontado para seres vivos e rochas, fornece informações sobre o que vê.
Nos mais novos o projecto vencedor foi um hostel de casas na árvore na Serra da Ota. Com preços simbólicos, o negócio dos alunos da EBI da Abrigada, serviria também para dar um tecto aos sem-abrigo. Em segundo ficou uma escova de dentes que, no fim da lavagem, analisa o nível de limpeza, apresentada pela EB1 de Aljubarrota. Em terceiro ficou outra ideia da mesma escola: um sensor inteligente que permite controlar a qualidade do ar nas salas de aula.
Caldas foi o município mais empreendedor
No total foram apresentados 159 projectos de 42 escolas. Caldas foi o município mais empreendedor, com 46 candidaturas. Em segundo ficou Alcobaça (30) e em terceiro Alenquer (20). A escola mais empreendora foi a EB1 de Aljubarrota, que venceu também o prémio para a mais criativa. No primeiro caso foi seguida pela EBI da Abrigada e a EBI de Peniche, no segundo pela ETEO e pela EBI da Abrigada.
Foram distribuídos 1500 euros em 12 prémios (quatro categorias) e 14 menções honrosas, entre as quais um cobertor que arrefece para tirar os dorminhocos da cama, um gelado de algas, uma app que através do código de barras analisa o quão saudável um produto é, ou uma caneta para pessoas com paralisia nos membros superiores.
O júri era composto por Nicolau Borges (professor e historiador), Conceição Carvalho (CCDR), Carla Mateus (AIRO) e Tânia Mourato (OesteCIM)
Esta foi uma acção promovida pela Oeste CIM e AIRO e estava integrada no Oeste Jovem, sendo financiada pelo Centro 2020.