Tenho lido com atenção os artigos publicados na Gazeta das Caldas e a discussão nas redes sociais, referentes à reconstrução do muro da Mata Rainha D. Leonor e de um eventual abate de árvores, para alargamento da Rua Maria Ernestina Martins Pereira (vulgo rua dos Loureiros).
A rua, que circunda a Mata Rainha D. Leonor, desde o Largo de S. Sebastião ate à Rua Diário de Noticias, dá acesso ao Campo de Futebol da Quinta da Boneca, à Quinta de S. José, Quinta de St Isidro e a uma serventia pública. Era, até à construção do Campo de Futebol, uma rua pouco movimentada e talvez por isso abandonada, no referente ao pavimento e à iluminação eléctrica, ainda hoje inexistente (o último candeeiro público fica junto ao portão da Mata cerca do Largo João de Deus). A decisão de construir um campo de futebol na Quinta da Boneca, aliás litigiosa, já que o acordado com os proprietários do terreno, era uma piscina e um estacionamento, veio alterar toda a dinâmica da zona, aumentando o tráfego automóvel e consequente aparcamento.
Numa das últimas Assembleias de Freguesia, da União de Freguesias de N. Sº do Pópulo, Coto e S. Gregório, (dezembro, 2016), foi discutida a necessidade de recuperação do muro da Mata, que ameaça ruína, e o alargamento da Rua dos Loureiros. A realidade atual, decorrente da existência do referido Campo de Futebol, construído sem olhar às infraestruturas necessárias (redes viárias e estacionamento) é de um tráfego intenso principalmente aos fins de semana, sempre que se realizam jogos, a que acresce o estacionamento errático de carros que se deslocam para o referido campo e inclusive para o Campo Municipal da Mata. A proposta apresentada, passava pela necessidade de um eventual abate de árvores da Mata, (76?), o que levantou uma onda de protestos por parte de alguns munícipes e vereadores camarários. Apoio esse protesto, mas lembro que dada a dimensão da Mata, algumas árvores que possam vir a ser removidas, podem ser replantadas em zonas com menos densidade, sem prejuízo do espaço florestal em causa. Aliás na zona, as árvores são de pequeno porte, parecendo pertencer a espécies florestais comuns (?).
Na qualidade de proprietária, da quinta de S. José, Casais de Belver, onde nasci e resido temporariamente (há uma família com residência permanente), cujo único acesso viário é pela referida rua, nunca poderei concordar com a sugestão de a via passar a ser pedonal, afirmação que implica um desconhecimento da realidade da referida zona. Congratulo-me com a preocupação da União das Freguesias pela requalificação da Mata e áreas circundantes, sugerindo que no caderno de encargos seja considerado a necessidade de iluminação pública da Rua Maria Ernestina Martins Pereira, já que se trata de uma via incluída no perímetro urbano da cidade. Este aspeto que é muito relevante para os moradores, já foi por mim solicitado à Câmara em 2004 e de novo em 2016, altura em que igualmente foi dado conhecimento à União de Freguesias e de que aguardo resposta.
Sugiro uma ampla discussão pública sobre o assunto, envolvendo a União de Freguesias, a Câmara, os munícipes interessados e engenheiros silvicultores e civis
Todos os Caldenses agradecerão
Manuela Carvalheiro