A Semana do Zé Povinho 21/10/2016

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PAULO INACIOZé Povinho revê-se num programa muito activo culturalmente, que o Oeste nesta altura do ano contempla. É o caso do Fólio de Óbidos, do Caldas Nice Jazz das Caldas da Rainha, do festival internacional de cinema de animação “Bang Awards” de Torres Vedras e também do Books&Movies de Alcobaça.
A estes podem-se juntar o Rip Curl Pro Portugal, em Peniche e a etapa do World Surf League na Nazaré, no domínio do desporto de mar, atraindo também um público muito vasto.
A realização em Alcobaça do festival Books & Movies, concluído na passada semana, ligando a literatura e o cinema, constituiu um momento importante na promoção destas duas grandes áreas culturais, a que o público aderiu e que contou com a presença de autores e artistas portugueses.
Zé Povinho enaltece os autarcas que ousam organizar estes eventos, muitas vezes sem apoios de grande monta por parte dos entidades nacionais, mas que promovem o seu concelho. Pena que ainda não haja uma visão de conjunto e uma estratégia comum que pudesse federar todas estas realizações num programa único que pudesse afirmar-se além fronteiras, captando um público internacional que desse mais substância e visibilidade a estes eventos.
Mesmo assim, cabe realçar a iniciativa e o empenho da autarquia de Alcobaça, representada pelo seu presidente, Paulo Inácio, bem como da equipa concelhia que promoveu o festival.

Tónus Global LowmarginUsar trabalhadores de carne e osso como material descartável é uma prática que progressivamente se vem instalando nalguns países, onde não existem princípios de respeito pelos direitos laborais e exigências de responsabilidade social.
Tanto a Tónus Global, como a sua sucessora Lowmargin (que parecem empresas gémeas), com origem e práticas iguais a tantas outras que pululam no país e no estrangeiro, demonstram que a opção estatal – apadrinhada e incentivada pela troika e pelos seus inspiradores – de tudo subcontratar, pode não ser uma boa ideia.
Não admira que o novo Conselho de Administração do CHO já tenha pedido ao Ministério da Saúde que autorize a contratação directa destes trabalhadores, para evitar o tratamento menos responsável por parte destes empresários com menos escrúpulos. É que estes chegam ao ponto de se servirem directamente dos trabalhadores para, jogando com o pagamento dos salários, chantagearem indirectamente o governo e directamente a administração do Centro Hospitalar.
Os princípios de flexibilidade no trabalho podem ser uma boa solução, desde que sejam respeitados os direitos dos trabalhadores e que a resposta às necessidades das organizações seja beneficiada pelo ajustamento racional dos recursos existentes.
O taylorização das funções não agrada aos trabalhadores nem serve as organizações, sejam empresas industriais que produzem bens, sejam hospitais que cuidam doentes concretos, uma vez que conduzem à despersonalização das tarefas e à artificialização das relações laborais.
Se a Tónus Global e/ou a Lowmargin mostrassem alguma sensibilidade pelos seus colaboradores ainda se poderia hesitar em condenar a sua actuação. Mas no final do que se passou nas últimas semanas, em que nem assumiram as suas responsabilidades mais básicas para com os trabalhadores, mostra que este modelo, por mais apregoado que seja pelas entidades internacionais, não se coaduna com as práticas desejáveis para a prática de um serviço público devido.
E o pior é que estas empresas não parecem ter rosto. Não há quem por elas dê a cara. Parece que trabalham na sombra.