Bullying: um modo de violência…

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bullyingO que é o Bullying?
Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, realizadas por um ou mais alunos contra um ou mais colegas, sistematicamente. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. Aqui o agressor é conhecido e a vítima recebe humilhações consecutivas. Ao contrário do que se pensa, este não ocorre só no contexto escolar. Os estudos revelam que é mais comum em rapazes do que em raparigas. Em casa, os pais também sofrem com este tipo de violência., porque muitas vezes os filhos permanecem em silêncio com medo de ser gozados ou das represálias, não revelando este sofrimento. Em alguns casos extremos, pode conduzir a soluções trágicas, como o suicídio.

O que é o Cyberbullying?
O cyberbulling é um dos tipos de bullying, que tem vindo a aumentar de forma assustadora e silenciosa. É um modo de violência cada vez mais comum, em que as pessoas envolvidas não estão cara a cara. Consiste em usar as tecnologias como o e-mail, telemóveis, salas de chat, sites de redes sociais (como o Facebook) para praticar ações de bullying verbalmente, psicologicamente e socialmente. Por vezes, este centra-se na circulação de mensagens difamatórias ou ameaçadoras, de uma forma sistemática e agressiva, colocando em causa a reputação da vítima. Este tipo de violência caracteriza-se pelo anonimato e por um perfil de agressor que atua às escondidas, podendo aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças, levando a efeitos devastadores. Os métodos usados por um cyberbully (agressor), são os mais variados e que vão desde o gozo de ver o outro a ser humilhado e atormentado, à vingança por também terem sido já alvos de cyberbullying.

Como perceber que o seu filho está a ser vítima de bullying? Como atuar?
Muitos dos sintomas podem ser confundidos com comportamentos característicos da adolescência, sendo por isso necessária uma atenção redobrada. Sempre que verificar alterações acentuadas no humor do filho/a, cansaço físico e psicológico mais que o habitual, impaciência ou pouca tolerância, impulsividade e auto-agressão, isolamento, baixo rendimento escolar, queixas físicas permanentes e sistemáticas para não ir para a escola, irritabilidade extrema ou inércia: desconfie.
Já existe uma plataforma interativa em Portugal, Fear Not (disponível na versão inglesa), que recria situações de violência e ensina o utilizador a defender-se.
Sinalizar, encaminhar e intervir precocemente, quer nas crianças que estejam em risco como naquelas que já são vítimas, é importante, tal como alertar e sensibilizar os professores, pais e profissionais de saúde, para a identificação precoce dos sinais de alerta e a referenciação para serviços especializados que possam intervir/apoiar nesta área. Denunciar este tipo de violência é essencial, para se poder intervir. Devendo-se em conjunto promover medidas de protecção e vigilância, tal como de penalização/encaminhamento para os agressores. Também é necessário apoiar e preparar os pais para lidar com estas situações.

Como prevenir o cyberbullying?
Tendo em conta que as novas tecnologias estão ao alcance das crianças/adolescentes diariamente, uma das formas será intervir precocemente na prevenção, ensinando a utilizar de forma segura a internet e o telemóvel. Assim e sugere-se alguns cuidados a ter para prevenir o cyberbullying: nunca dar a morada, o número de telefone, a data de nascimento, ou quaisquer outros dados que permitam a nossa localização; não revelar a escola ou a turma e o horário das aulas, o nome dos professores, ou outras informações; manter anonimato nas redes sociais e não marcar encontros com estranhos via internet.

Se for vítima de  cyberbullying, o que fazer?
Não responder às mensagens enviadas para o email, telemóvel ou perfil da rede social; gravar as mensagens agressivas como prova:; bloquear ou apagar o emissor das mensagens das suas contas das redes sociais; denunciar a situação à entidade responsável pela aplicação informática através da qual está a ser assediado/agredido; contar a alguém em quem confie (amigos, adultos, pais, professores) e às autoridades policiais se necessário.
É urgente investir em sessões de sensibilização dirigidas a: pais, professores e alunos; criar serviços de apoio à vítima e investir em formas eficazes de sinalização e de intervenção especializada.

Andreia Eunice Pinto Magina    Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica
andreiauccoaz@gmail.com