A Nossa Casa Criativa quer potenciar empreende­dorismo no feminino

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O projeto nasceu no início do ano e atualmente já conta mais de três dezenas de associadas, que, no passado sábado, dinamizaram um festival, com uma mostra do trabalho de cada um dos parceiros

O sonho de estarem juntas e ter um espaço que permita a co-criação, acolhimento e lazer levou à criação, nas Caldas da Rainha, de A Nossa Casa Criativa.
Este projeto, que está a funcionar desde o início do ano, é da responsabilidade das empreendedoras Victória Grass, Lenny Coser e Carla Reis, três jovens que pretendem apoiar os pequenos projetos liderados por mulheres, baseando-se no conceito de que juntas são mais fortes.
A Nossa Casa Criativa já possui mais de 30 parceiros (alguns deles homens) e, para se conhecerem pessoalmente e darem a mostrar os seus produtos, juntaram-se, no passado sábado, 4 de setembro, no primeiro festival criativo, que teve lugar na localidade do Campo.
O evento, que decorreu durante todo o dia, ao ar livre e em espaço natural cedido por um dos parceiros do projeto, pretendeu dar a conhecer o que os vários parceiros fazem e criar possíveis sinergias. “Foi uma forma de nos conhecermos melhor, conectarmo-nos mais com os serviços e as pessoas”, resume Vitória Grass à Gazeta das Caldas.
Entre os participantes estavam representados cabeleireiros, barbeiro, venda de roupa em segunda mão, semi jóias, macramé, yoga, massagem, fotografia e tatuagem. Foram também dinamizadas várias atividades, como uma palestra intitulada “Feminismo? Não, é isso tudo”, com Sara Natividade, uma aula de yoga, com Susana Anastácio, música ao vivo, com Duarte Dias, uma aula de dança gypsy artística, com Maria Stalla, tendo culminado com karaoke.

O objetivo é arranjar um espaço maior, que permita às parceiras expor os seus produtos

Com o objetivo de fomentar o empreendedorismo no feminino, foi criado um cartão de desconto para os serviços que a Casa ofereça, um espaço de trabalho compartilhado, internet, desconto nos serviços das parceiras e um estúdio de fotografia, que funciona sob agendamento.
“Conseguimos fazer girar o comércio local e também dinamizamos atividades no nosso espaço, como pintura, bordados ou workshops”, explica Lenny Coser, sintetizando que o projeto possibilita a todas estas parcerias um suporte financeiro e emocional.
A maior parte das associadas são das Caldas da Rainha, mas também há participantes ingleses e brasileiros nesta iniciativa.

“A maior parte dos nossos produtos são eco-friendly. A Nossa Casa Criativa possui uma linha têxtil, com camisolas, t-shirts, malas, todas feitas pela Comvert, uma parceira que só trabalha com produtos biodegradáveis”, disse aquela empreendedora, destacando que a sustentabilidade é um conceito que está muito presente no projeto.
Joana Filipe é personal organizer e uma das parceiras de A Nossa Casa. “Cada uma de nós tem vivências de outros trabalhos e experiências pessoais, acabamos por juntar tudo e potenciar em conjunto”, conta, destacando o acolhimento e trabalho em rede que ali encontrou.
A caldense já tinha um projeto pessoal, entrou em contacto para conhecer a Nossa Casa Criativa e tornou-se associada. “Achei que era uma coisa que fazia sentido para mim, por ser no feminino e sentir que ‘estamos na mesma onda’”, disse, acrescentando que há uma “grande abertura e partilha”.

Uma casa maior
As atuais instalações, junto à Praça da Fruta, já se mostram pequenas para o projeto, pelo que o principal objetivo nos próximos tempos é conseguir um espaço maior de modo a conseguirem expor os produtos das empreendedoras e dinamizar mais atividades.
“A ideia passa por criarmos um grande co-working, uma casa onde possamos ter espaço para exposição, uma horta orgânica, uma cozinha e também consigamos servir alguns produtos vegetarianos”, explica Lenny Coser, realçando que pretendem criar uma verdadeira comunidade. E podem fazer parte dela “todas as pessoas que queira conectar serviços e torná-los acessíveis para todos, usufruindo de um ambiente criativo e acolhedor”, resumem. ■