CDS quer uma cidade mais limpa e um concelho com mais agricultura

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O CDS-PP caldense recandidata Manuel Isaac à liderança da Câmara das Caldas. A apresentação foi feita no passado dia 22 de Junho e tornou também públicos os nomes dos candidatos às freguesias da cidade, que pela primeira vez vão a eleições agregadas numa só. O empresário e deputado municipal Duarte Nuno será o candidato à União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, e o empresário Ricardo Filipe, candidata-se à União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.
“A nossa ambição é ser a solução, não ser oposição”, explicou o presidente da concelhia centrista, Miguel Braz Gil, que nas próximas autárquicas se apresenta como cabeça de lista à Assembleia Municipal.

A ambição do CDS-PP é ganhar a Câmara das Caldas nas próximas autarquias. A confiança vem-lhe do aumento de 157% obtido no concelho nas eleições de 2009, a que se seguiu um aumento de militantes, criação da Juventude Popular e a instalação de núcleos deste partido em todas as freguesias.
Simpático, rural, extrovertido e sem problemas em lidar com a crítica. Foi desta forma que se apresentou Manuel Isaac, nascido e criado no concelho. O actual vereador e deputado na Assembleia da República também está confiante num bom resultado, destacando que obteve muita experiência autárquica nos últimos quatro anos e que a saída de Fernando Costa leva a um novo ciclo político.
Do seu programa eleitoral consta o relançamento do termalismo, que em tempos trazia às Caldas cerca de 8.000 aquistas por ano, enquanto que agora o número decresceu para os 1.500. “O que era um termalismo de referência é agora um termalismo de falência”, diz Manuel Isaac. Defende, para isso, uma ligação ao turismo, lazer e bem-estar, e a locais como o CCC, com a capacidade de atracção de congressos de vários dias, fomentando, assim, a hotelaria e restauração local.
Além da água termal, a natureza “bafejou” também o concelho com a Lagoa de Óbidos, que tem potencial turístico, desportivo e económico, que o CDS-PP quer aproveitar. “É preciso investir e ter uma outra visão para a Lagoa, em parceria com Óbidos, que é indispensável”, salientou.

Um Parque Empresarial
Manuel Isaac quer mudar o conceito de Zona Industrial para Parque Empresarial, permitindo assim a instalação de novas empresas e abrindo a possibilidade à implementação de áreas de negócio actualmente vedadas, assim como a extensão dos incentivos camarários.
O vereador contou que recentemente apareceu na Câmara um projecto para a instalação de um karting dentro de uma antiga fábrica de cerâmica que agora terão que estudar como poderá ser feito, por não se enquadrar nas limitações definidas por uma zona industrial pois trata-se de uma actividade de lazer. O vereador centrista também pediu à Câmara para fazer um levantamento de tudo o que existe na Zona Industrial, para saber o que têm para oferecer aos possíveis investidores.
No que respeita ao urbanismo, o candidato defende um melhor ambiente e o fim do vandalismo. “É fundamental repensar o ordenamento urbano da cidade e encontrar soluções para o estacionamento no centro que reponham e acrescentem os lugares perdidos com as obras de regeneração urbana em curso”, disse, destacando como positiva a construção do parque subterrâneo previsto para a praça 25 de Abril, desde que sejam construídas saídas pedonais para a Rua Miguel Bombarda, funcionando como uma alternativa lógica para a zona comercial.
É também assinalada como prioridade a colocação de uma sinalética adequada e uma revisão às orientações do trânsito, tornando-o mais “lógico e fluído”, assim como encetar negociações com a Refer para garantir o alargamento da Rua da Estação.

Crítica à regeneração urbana
A limpeza é uma luta antiga dos centristas, que agora propõem a implementação de soluções de recolha de lixo porta-a-porta no centro da cidade, eliminando os contentores que, “além de inestéticos, representam um perigo para a saúde pública dada a fraca manutenção”, destaca Manuel Isaac.
A vandalização com “grafitis” nas fachadas, muros e equipamentos urbanos deverá ser travada com vigilância, que resultará de um esforço conjunto entre a Câmara e as forças policiais. Pretendem também a criação de incentivos para que os proprietários assumam a limpeza e pintura do seu património.
Referindo-se ainda à regeneração urbana, o candidato do CDS-PP considera que em muitos casos os locais ficam piores do que estavam antes da intervenção, como foi o caso do Largo do Hospital Termal e da Rua Leão Azedo. Nesta última, Manuel Isaac diz mesmo tratar-se de uma obra ilegal pois em reunião de Câmara aprovaram um projecto que não condiz com o que está no terreno.
Os centristas querem dar um novo fôlego ao sector primário no concelho, com o apoio à criação de infra-estruturas de ajuda ao escoamento dos produtos, particularmente dos pequenos agricultores e das explorações familiares. Por outro lado, defendem um maior conhecimento do território, e alteração do PDM, permitindo assim legalizar e construir equipamentos de apoio à agricultura e à agro-indústria.
“Também temos que relançar a feira da fruta das Caldas, pensando numa lógica nacional”, disse o candidato, que não conhece mais nenhum certame do género no país.
A aposta em todas estas áreas permitirá dinamizar o comércio caldense. “E preciso voltar a atrair muita gente às Caldas, através do turismo, agricultura, feiras, congressos e termalismo e, com isso, o comércio ganha”, explicou.
O CDS defende ainda que a Câmara tem um papel importante a desempenhar na área da solidariedade e apoio social, em conjunto com as associações da sociedade civil, que estão no terreno.
Duarte Nuno, que concorre à União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, disse que, ao contrário de outros, está disponível para ser presidente a tempo inteiro e a ser uma voz que faça “frente” à Câmara, para a resolução dos problemas.
O CDS-PP pretende concorrer a todas as freguesias do concelho.

Fátima Ferreira

fferreira@gazetadascaldas.pt