Vereadores do PS ausentes nos discursos oficiais do 25 de Abril

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Gazeta das Caldas
Jaime Neto e Luís Patacho defendem que as celebrações do 25 de Abril deveriam incluir intervenções de todos os partidos | D.R.

Na última sessão pública de Câmara das Caldas, dia 30 de Abril, Jaime Neto, vereador do PS, mostrou-se insatisfeito pela forma como foram conduzidas as cerimónias do 25 de Abril na cidade. O socialista salientou que na ocasião do hastear da bandeira, “havia muito pouco público”, mas criticou principalmente o facto de não ter sido chamado ao palco para intervir aquando dos discursos oficiais no Largo do Termal.
“Fiquei espantado quando foram chamados ao palco os presidentes das juntas, o presidente da Câmara e a vereadora da cultura, pois creio que nada disto estava previsto no programa das comemorações. Além disso, acho que só haver discursos de representantes do mesmo partido e não haver ninguém da oposição a falar, é muito redutor e um desrespeito pelas minorias”, disse Jaime Neto.

O vereador salientou que valores como a liberdade e o pluralismo foram conquistados com a Revolução de Abril, “o que ainda faz este gesto mais errado e inaceitável”. Na sua opinião, todos os partidos deveriam ser convidados a participar nesta cerimónia, não só marcando presença, como intervindo activamente. Também do PS, Luís Patacho notou que “a Câmara deve ter um papel de relevo nas celebrações e contribuir para que tenham maior dignidade, até porque o poder democrático autárquico foi uma das grandes conquistas do 25 de Abril”.
Em resposta, o vice-presidente da Câmara, Hugo Oliveira, afirmou que este programa é uma organização das Juntas de Freguesia e não do munícipio, realçando que “as intervenções que foram feitas não foram feitas em nome de partido algum, mas sim em nome das instituições representadas”. Disse ainda que aceita que possa haver uma forma diferente de comemorar oficialmente o 25 de Abril, com a intervenção dos vários partidos, como aliás já aconteceu no passado. M.B.R.