2012 – um ano em revista

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O número de desempregados na região Oeste tem vindo a aumentar ao longo deste ano. Gazeta das Caldas deixa aqui uma leitura das evoluções ocorridas durante estes meses.

Dezembro de 2011
Gazeta das Caldas tem analisado ao longo deste ano a taxa de desemprego nos seis concelhos do norte da região Oeste (Caldas da Rainha, Alcobaça, Bombarral, Nazaré, Óbidos e Peniche) e constata que o concelho das Caldas da Rainha é o que apresenta uma maior taxa de desemprego.
Em Fevereiro deste ano, os dados, fornecidos pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), referentes ao mês de Dezembro de 2011, revelam que estes seis concelhos apresentam um agravamento em 57,5% nos últimos quatro anos, com Alcobaça a registar o maior agravamento (70%) e a Nazaré (“apenas” mais 28,5%) neste período. Os restantes municípios variam entre os 46,6% do Bombarral e 60% de Peniche, com Caldas e Óbidos perto dos 52%.

Janeiro, Fevereiro e Março
A evolução da taxa do desemprego continua a ser negativa neste primeiro trimestre do ano, com mais 467 desempregados na região no início deste ano.
Se em Dezembro de 2011 os desempregados inscritos nos Centros de Emprego das Caldas da Rainha e Alcobaça, referentes aos seis concelhos do norte da chegavam aos 9.262, em Janeiro de 2012 já estão nos 9.729, mais 5% que no mês anterior, com uma subida de cerca de meia centena.
De salientar que, todos os concelhos sobem pelo menos 4,5%, como é o caso de Alcobaça, mas com a excepção de Peniche que foi o único que diminuiu em Janeiro o número de desempregados.
Peniche é o concelho em que a tendência para aumento do desemprego é menos constante, havendo variações diferentes, certamente por se tratar de um porto de pesca onde incidem fortemente as variações contratuais com os pescadores.

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Medida Estímulo 2012 para diminuir o desemprego
Em Fevereiro foi lançada pelo governo a medida Estímulo 2012 que visa potenciar o retorno ao mercado de trabalho de desempregados com maiores dificuldades de inserção, capacitando-os com a formação e as competências adaptadas ao posto de trabalho e, simultaneamente, promover a melhoria da produtividade e competitividade das empresas.
A inscrição do trabalhador a contratar no Centro de Emprego há pelo menos seis meses consecutivos é apenas uma de muitas condições à obtenção de um apoio que se prolonga por seis meses e garante 50% do ordenado a pagar, até um máximo de subsídio de 419,22 euros (valor no qual está fixado o Indexante de Apoio Social). Este incentivo só é aplicável no caso de novos postos de trabalho na empresa, não servindo para substituição de funcionários despedidos ou que se tenham demitido.
Só no dia 17 de Maio é que este programa foi apresentado aos empresários da região.

Abril e Maio
O número de desempregados nos seis concelhos do sul do distrito de Leiria diminui 4,3% entre os meses de Abril e Maio do corrente ano, sendo que esta diminuição foi mais acentuada em Peniche (-9,1%), bem como nas Caldas da Rainha e em Alcobaça (respectivamente -4,4 e 4,2%), mas aumentou ainda no Bombarral (+0,7%).
Julho e Agosto
Os dados do IEFP de Agosto dos desempregados inscritos nos Centro de Emprego aumentaram no mês de Agosto 1% em relação a Julho, mas 22,4% em relação ao mesmo mês de 2011.
Em termos nacionais, em relação ao mês homólogo de 2011, o desemprego subiu 26,3% (+140.049 desempregados), bem como relativamente ao mês anterior em que o aumento foi de 2,8% (+18 079 desempregados), o que demonstra que no Oeste Norte o agravamento não foi tão elevado.
Por concelhos, entre Julho e Agosto o número de desempregados diminuiu nas Caldas da Rainha (-0,6%), Óbidos (-0,2%), Bombarral (-6,1%) e Nazaré (-7,4%), mas aumentou 2,2% em Alcobaça e 10,9% em Peniche.
Comparando os números do desemprego de Agosto de 2012 com Agosto de 2007, antes do início da crise mundial que emergiu nos EUA em 2008, o desemprego aumentou 52% nas Caldas da Rainha, 46% em Óbidos, 72% em Peniche, 58,7% no Bombarral, 82% em Alcobaça e 66% na Nazaré, correspondendo a um aumento no Oeste Norte de 64,8%, ou seja de mais quase 4.000 desempregados.

Setembro
Neste mês, o número de desempregados voltou a subir, aproximando-se nos seis concelhos da região Oeste Norte dos dez.
A maior subida em termos relativos verificou-se na Nazaré com mais 110 desempregados (+14,1%) e no Bombarral mais 36 desempregados (+5%). Em termos absolutos o número de desempregados aumentou 39 em Alcobaça (+1,3%) e mais 13 nas Caldas (+0,4%). Em Peniche houve uma diminuição de cerca de uma centena de desempregados (-5,5%).
Por concelhos da região, o desemprego em relação ao mês de Setembro de 2011 aumentou em todos os municípios variando os aumentos entre 12,1% na Nazaré e os 45,2% no Bombarral. Nas Caldas da Rainha e Óbidos o desemprego aumentou em relação ao mês homólogo, respectivamente, em 15,4% e 24,1%.
Se analisarmos os valores do desemprego de 2012 em relação aos anos anteriores, mas especialmente de 2007 e 2008 (antes do rebentar da crise nos EUA), os aumentos foram de mais de 50% a 108%.

O desemprego a nível nacional também aumentou
A taxa de desemprego em Portugal calculada pelo Eurostat aumentou para 16,3 por cento em Outubro, contra os 16,2 % do mês de Setembro. Portugal apresenta a terceira a maior taxa de desemprego entre os Estados-membros, de acordo com as estatísticas da União Europeia, dos quais 18.703 milhões nos países da moeda única.
O gabinete de estatísticas da União Europeia acaba de rever em alta os dados divulgados a 31 de Outubro, que situavam a taxa de desemprego neste país havia já atingido os 16,3 % em Agosto.
Portugal continua assim a deter a terceira taxa de desemprego mais elevada entre os Estados-membros, atrás de Espanha (26,2 por cento) e da Grécia (25,4 por cento, valor relativo a Agosto).
Em comparação com o mês de Outubro de 2011, a taxa de desemprego em Portugal subiu de 13,7 para 16,3 por cento. Trata-se de uma das maiores progressões entre Estados-membros, a par da Grécia (de 18,4 para 25,4 %, valores referentes a Agosto), de Chipre (de 9,2 para 12,9%) e de Espanha (de 22,7 para 26,2%).
Entre os jovens com menos de 25 anos, Portugal apresenta também um aumento do desemprego em termos mensais: a taxa passa de 39% em Setembro para 39,1% em Outubro, acima dos 23,9% e dos 23,4% observados na Zona Euro e na União Europeia, respectivamente.
Face ao mês de Outubro do ano passado, o aumento do desemprego entre os jovens em Portugal é ainda maior; há um ano a taxa era de 33,1%. Segundo as estimativas do Eurostat, em Outubro existiam 25.913 milhões de desempregados na União Europeia.
O desemprego elevado é sinónimo de problemas económicos bem como sociais. É um problema económico, porque representa um desperdício de recursos valiosos e é um flagelo social, pois, causa enormes sofrimentos a todos aqueles que perdem os seus postos de trabalho e que de um dia para o outro vêem toda a sua vida transformada causando danos psicológicos, sociais e económicos.
Em Portugal nunca as taxas de desemprego atingiram níveis tão elevados, começando cada vez mais a abalar a sociedade portuguesa em todos os sentidos.

Susana Gonçalves
susanagoncalves@gazetadascaldas.pt

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