Alunos da EHTO casam a abóbora da Lourinhã com o moscatel de Setúbal

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Gazeta das Caldas

fotoTodosInicialmente ligada à alimentação dos animais, a abóbora foi recebendo ao longo dos tempos novas aplicações e actualmente é um ingrediente usual na cozinha e doçaria. A Lourinhã é o concelho com maior produção de abóbora em Portugal, tendo em 2014 produzido 26.811 toneladas, de um total nacional de 68 362 toneladas.  Grande parte dela é consumida no país, mas também já se verifica alguma exportação para os países do norte da Europa e, mais recentemente, para o Dubai.
Esta foi, aliás, a mais recente aposta da empresa NLS Lda, sediada na Moita de Ferreiros, e que produz anualmente uma média de duas mil toneladas de abóbora. João Veloso, sócio gerente da empresa, marcou presença no almoço do projecto “Raízes”, que decorreu no passado dia 17 de Dezembro, e explicou que o microclima existente na zona entre o Bombarral e a Lourinhã permite a colheita de exemplares com 40 a 50 quilos.
Também o produtor Nuno Vieira marcou presença no almoço, que considera ser bastante importante para divulgar os produtos locais. Produz cerca de 700 toneladas de abóbora, que comercializa para o mercado nacional e também para França e outros países do norte da Europa. Considera que o mercado actualmente “está um bocado parado”, até porque a partir de 20 de Janeiro é que o mercado estrangeiro começa a animar.
“Vende-se mais quando está mais frio e as pessoas consomem mais sopas”, disse, acrescentando que este produto também tem bastante procura pelo Natal.
Para promover este produto a União de Freguesias de Lourinhã e Atalaia criou um festival nacional. “Já fizemos duas edições, que tiveram muito sucesso e estamos já a preparar o festival do próximo ano, que se realizará em Outubro”, disse o presidente da união de freguesias, Pedro Margarido.
E foi da Atalaia a abóbora que os comensais degustaram durante o almoço. Ainda antes do repasto, a sugestão de aperitivo consistiu num pumpkin taste, onde a abóbora se juntou ao gin, ao xarope de amêndoa, sumo de limão e clara de ovo. A ementa contou ainda com uma entrada composta por salmão marinado em moscatel com ovo cozido e baixa temperatura, seguida de uma sopa de abóbora e gengibre.
Um pregado suado em moscatel com migas de amêndoa e esferificação de abóbora foi a sugestão para prato principal, seguido de sobremesa composta de um parfait de baunilha com sopa fria de abóbora.
A acompanhar foram servidos vinhos da região de Setúbal de onde, aliás, o moscatel, também faz parte. Foram exactamente dois moscatéis, um jovem e outro com 10 anos de estágio, que acompanharam a sobremesa.
Hélder Galante, director da Malo Tojo, destacou que o moscatel é o “produto mais emblemático da região” e que embora não sendo o produto mais importante em termos comerciais, trata-se de uma bebida de excelência.
Produzido na península de Setúbal, a proximidade da serra e as influências marítimas dão-lhe características “próprias e diferenciadoras”, acrescentou.

Criada Liga dos Amigos da EHTO

No passado dia 17 de Dezembro foi criada a Liga dos Amigos da EHTO, uma “associação de amizade e colaboração com a escola”, explicou José Salgado, hoteleiro e um dos 10 membros fundadores. Os amigos, todos da região, costumam participar nos almoços temáticos da escola e pretendem desta forma contribuir na divulgação de produtos e com eventos que ajudem a promover a imagem da escola em Portugal e no estrangeiro.
A liga está aberta à entrada de mais elementos e não tem cotização. “O que existe é um trabalho em rede em que cada um conhece mais um amigo e produz determinada coisa, que poderá ser promovida”, rematou José Salgado.
Os membros fundadores são José Salgado (São Martinho do Porto), Manuel Freire (A-dos-Negros), Francisco Coutinho (Leiria), Leonel Almeida (Coto), Evaristo de Sousa (A-dos-Negros), José Capinha (A-dos-Negros), António Ferreira (Caldas da Rainha), Fernando Perdigão (Caldas da Rainha) e Fernando Monteiro (Caldas da Rainha) .