Alunos das escolas escreveram 1600 cartas pelos direitos humanos

0
495
Estudantes da Raul Proença participaram activamente nesta iniciativa

Realizou-se, a 10 de Dezembro em algumas escolas da região, a X Maratona de Cartas, promovida pelo Núcleo Oeste da Amnistia Internacional (NOAI). Participaram estudantes da Escola Secundária Raul Proença, dos Agrupamentos de Escolas D. João II, de S. Martinho do Porto e do Cadaval e da Escola Secundária com 3º ciclo de Madeira Torres (Torres Vedras) e no total foram escritas 1607 cartas. No total nesse dia em Portugal foram escritas 4765 missivas. “Foi uma óptima participação dos alunos desta região”, disse Teresa Mendes, presidente da NOAI que é também professora. “Esta foi uma excelente ocasião para mostrar aos estudante que podemos contribuir para terminar com as muitas violações de direitos humanos que acontecem no mundo”, acrescentou.
Alguns dos participantes ainda não conheciam esta iniciativa, Maratona de Cartas, que  acontece em todo o mundo à mesma hora e que tem como objectivo escrever o maior número possível de cartas sobre os casos e acções urgentes da Amnistia Internacional, para apoiar, individualmente, as vítimas de violação dos Direitos Humanos.
O evento nasceu na Secção Polaca da Amnistia Internacional há onze anos e  o seu conceito é simples: durante 24 horas são escritas cartas usando casos das acções urgentes e os resultados são surpreendentes. No ano passado foram escritas milhares de cartas, que resultaram na melhoria das condições das pessoas visadas nas acções urgentes.
Este ano as missivas visam contribuir para o caso de  Saber Ragoubi, homem que foi condenado à morte na Tunísia, acusado de pertencer a uma organização terrorista – o que ele nega. O julgamento foi injusto e ele foi condenado com base numa “confissão” que alega ter feito sob tortura. O tribunal aceitou a confissão sem investigar as alegações de tortura.
Outro caso é o de  Mao Hengfeng que tem sido repetidamente detida na China devido ao seu activismo em defesa dos direitos reprodutivos das mulheres e em apoio das vítimas de desalojamentos forçados. Actualmente, cumpre 18 meses de “Reeducação pelo trabalho” e afirma ter sido espancada.
O marido de Khady Basséne, Jean Diandy, foi preso por soldados em 1999 no Senegal e desde aí que não é visto. Khady Basséne luta por saber a verdade acerca do que aconteceu e aguarda compensação financeira pelo desaparecimento.
Norma Cruz  enfrenta perigo constante devido ao seu trabalho de documentar e exigir justiça em casos de violência contra as mulheres na Guatemala. Recebeu dezenas de ameaças de morte e os seus agressores não foram apresentados à Justiça.
Outro dos casos é o de famílias ciganas – no total cerca de 100 pessoas – que foram desalojadas à força das suas casas em Miercurea Ciuc na Roménia e necessitam ser realojadas. A maior parte delas está agora a viver em condições insalubres e desumanas em barracas de metal junto a uma estação de tratamento de esgotos.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt