Da notícia ao papel: como se faz a Gazeta

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Da esquerda para a direita: Joaquim Paulo, José Albertos Campos, Joel Ribeiro, Alda Bernardino, Carina Querido, Sara Lopes, José Luís Almeida Silva, Fátima Ferreira, Beatriz Vicente, Fátima Almeida, Carlos Reis, Natacha Narciso e Isaque Vicente | Sara Vieira
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Para que todas as semanas as notícias cheguem a casa dos leitores, há uma equipa, que não se esgota nos jornalistas, que trabalha todas semanas, num ciclo contínuo. É assim que fazemos a sua Gazeta.

É quarta-feira de manhã e a equipa de jornalistas e gráficos da Gazeta das Caldas está reunida na redação, depois de cumprido com sucesso mais um fecho de edição na noite anterior.
Fala-se desse fecho, do que correu bem, ou do que possa ter corrido menos bem, mas a reunião de redação é importante, sobretudo, para começar a preparar a edição seguinte.
A grande permissa de um jornal é que a missão nunca está cumprida. O mundo não pára e a necessidade de informar também não, mas as notícias do dia-a-dia não são suficientes para dar ao leitor um produto de qualidade, que valha a pena comprar, ou assinar, principalmente numa época em que a informação está mais acessível do que nunca.
A reunião de redação serve para esse propósito. O produto final que vamos apresentar aos leitores daí a uma semana e meia deve ter um equilíbrio entre entre os assuntos de agenda – aqueles acontecimentos que fazem parte da vida da comunidade – e as histórias que estão muitas vezes escondidas desses acontecimentos, ou dentro da própria comunidade.
É, então, preciso decidir quais os acontecimentos de agenda que vale a pena seguir, por terem relevo, ou por constituírem, de alguma forma, novidade.
Esse ponto de equilíbrio é conseguido com apresentação e debate de ideias. Num jornal regional que é generalista, os jornalistas têm de fazer um pouco de tudo, mas cada membro da equipa – composta por quatro jornalistas e o diretor-adjunto – tem áreas em que domina de forma mais especializada, contribuindo para a diversidade dos temas que são apresentados semanalmente. É também nesta fase que se define quem faz cada trabalho. É importante que cada secção do jornal fique garantida. Ao mesmo tempo que se pretara a edição impressa, que é a grande bandeira do jornal, é também necessário assegurar que o site e as redes sociais são alimentados com notícias regulares ao longo do dia, respondendo à necessidade de informar no momento.
Além dos jornalistas, a reunião de redação inclui a presença da equipa de paginação – composta por dois profissionais – de modo a que se comece a articular desde o início do processo o conteúdo com a forma em que é apresentado, mas também com a mancha reservada à publicidade – nesta altura ainda presumível.
Desta reiunião sai o plano da edição, o primeiro esboço que servirá de guia para a semana de trabalho. Um plano que é tão estanque quanto a vida da própria comunidade. Ao longo da semana o plano vai sofrer, forçosamente, alterações, porque o inesperado acontece e… é notícia.

Temas da edição são discutidos em reunião de redação
Entrevistas fazem parte do dia a dia dos jornalistas

 

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DAS PALAVRAS AOS ATOS…
E NOVAMENTE ÀS PALAVRAS

Definido o esboço do que será a próxima edição da Gazeta das Caldas é preciso passar das palavras aos atos.
Até sexta-feira, inclusivé, há um conjunto de tarefas que é necessário fazer. Há contactos a fazer, entrevistas para marcar, que preferencialmente são agendados para estes dias, de modo a evitar o fim-de-semana, em que os trabalhos de agenda – acontecimentos, eventos sociais, culturais e desportivos – dominam a disponibilidade dos jornalistas, e a evitar igualmente a segunda e terça-feira, dias em que a azáfama da escrita e edição de textos, escolha e edição de fotografias e o fechar das páginas são as principais prioridades dos jornalistas da casa, além de ter que haver tempo para cobrir algum imprevisto, que tem que estar sempre presente.
Depois de passar das palavras aos atos, de fazer o trabalho de pesquisa, as entrevistas, ou a cobertura de eventos, é altura de passar tudo, de novo, para as palavras e construir as notícias e reportagens que preenchem o jornal.
Para isso, já entraram em cena os paginadores. Num trabalho conjunto com a redacção, mas com espaço para a criatividade dos designers, o conteúdo e a forma aliam-se para criar o esqueleto das páginas e como serão preenchidas pelo texto e pelas imagens.
Esse esqueleto permite que os textos sejam redigidos de acordo com o espaço disponível, de modo a que o trabalho tenha a dose certa de informação.

Após a recolha do material, é momento de escrever as peças
Gráficos ultimam pormenores nas páginas

 

 

 

 

 

 

A PUBLICIDADE

Mas nem só de notícias se faz um jornal. A publicidade assume uma importância tripartida. É-o para o jornal, por se tratar de uma fonte de receita sem a qual a operacionalidade ficaria em causa. Mas também o é para os anunciantes, sejam empresas ou entidades públicas ou privadas, que divulgam os seus produtos e serviços nas páginas do jornal. E para os leitores, que têm uma apresentação desses mesmos produtos ou serviços, mas também as ofertas de emprego e a necrologia, ainda hoje uma das secções do jornal mais lidas.

O tratamento da publicidade é um aspeto essencial
O trabalho comercial faz-se de várias formas

 

 

 

 

 

O processo é idêntico ao das notícias. Há objectivos definidos entre a direção da Cooperativa Editorial Caldense, proprietária da Gazeta das Caldas, e o departamento comercial, composto por duas profissionais. É feita prospeção de clientes, além da publicidade que é colocada ao balcão. Apesar de redação e departamento comercial funcionarem de forma independente, não deixa de haver coordenação entre ambos, sobretudo no que toca à preparação de suplementos e especiais, nos quais os produtos publicidade e conteúdo informativo versam sobre o mesmo tema.
Também a publicidade passa pela paginação e design, não só para integração com o conteúdo do jornal, como na concepção gráfica de alguns dos anúncios, serviço que a Gazeta também presta aos seus clientes.
Com um papel menos visível no resultado final do jornal, mas igualmente importante no seu funcionamento, está a secção administrativa e a frente de loja, composto por duas profissionais. Este departamento é responsável pela gestão burocrática e pelo atendimento directo do público, não só dos anunciantes e dos assinantes – importante activo do jornal – mas também da nossa loja, onde se podem adquirir livros e cerâmica de autores locais.
Toda a equipa trabalha de forma independente, mas articulada, de modo a que, no fim de produzido e maquetado todo o conteúdo informativo e publicitário, o jornal siga para impressão, actualmente realizada na Naveprinter, na Maia. Daí é transportado para as Caldas da Rainha para ser distribuído para as bancas ou para os CTT, de modo a que possa chegar até si à quinta-feira.
Nessa altura, já os 11 profissionais da Gazeta das Caldas estão, novamente, a repetir todo este ciclo que dura há 95 anos e que nunca vai ficar completo.

Gestão de assinaturas é fulcral num jornal regional
A loja da Gazeta é a face do jornal para o público
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