Faleceu Matos Coelho, um dos protagonistas do 16 de março

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Um dos oficiais que participou no Golpe das Caldas faleceu a 13 de junho, vítima de doença aguda

A 16 de março de 1974, Adelino Matos Coelho era tenente e um dos oficiais do RI 5 que participou no Movimento dos Capitães, integrando a coluna militar que naquela madrugada partiu para Lisboa, com o objetivo de tomar o aeroporto. A também apelidada de intentona das Caldas não viria a ser bem sucedida, e Matos Coelho foi preso e libertado a 25 de abril desse ano. Atualmente major general, Matos Coelho prestou serviço em várias unidades e órgãos do Exército e foi sócio fundador do GREI.
Natural de Aveiro, onde nasceu em 1946, Matos Coelho foi condecorado pelo Presidente da República o ano passado, com a Ordem da Liberdade no grau de Grande-Oficial. Oficial do quadro, esteve sempre ligado ao movimento dos Capitães e bateu-se pela fidelidade do RI5 aos valores democráticos do 25 de Abril, “desmentindo” a ligação ao movimento spinolista. Era também uma figura assídua nas comemorações do 16 de março. Já este ano, aquando da cerimónia realizada junto ao monumento alusivo à efeméride, lamentou a pouca afluência de caldenses na cerimónia, que marca um momento importante para as Caldas, mas reconheceu que “as pessoas estão a perceber a coletividade destes movimentos”. O mais graduado militar vivo que participou no golpe de Estado falhado realçou que este foi “um movimento coletivo. Quando saímos daqui íamos convencidos de que estávamos inseridos no Movimento dos Capitães”, disse, acrescentando que a seguir à revolução foram “libertados pelos vencedores do 25 de Abril”.
No dia antes tinha-se reunido, como habitualmente nos últimos 48 anos, com outros camaradas do RI5 que tinham marchado até Lisboa. ■