Feira de São Bernardo destacou as Marcas de Alcobaça e recebeu milhares de pessoas

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Iniciativa é uma montra do que de melhor Alcobaça tem, tanto a nível gastronómico, como industrial e cultural

 

A secular Feira de São Bernardo decorreu entre 20 e 25 de agosto, com milhares de pessoas em Alcobaça. O evento conta com um programa vasto e diverso, que vai muito além da feira propriamente dita, onde encontramos roupa, calçado e outros artigo utilitários. Mas a essa feira surgem associadas diversões (com vários carrosséis) e uma exposição das “Marcas de Alcobaça”, onde era possível apreciar aquilo que de melhor tem o concelho em termos gastronómicos, culturais e industriais. É aí que encontramos o caldense Carlos Oliveira a trabalhar ao vivo na produção de uma grande escultura de Salgueiro Maia, em pedra.
Carlos Oliveira tem desenvolvido projetos artísticos com a MVC, uma empresa alcobacense que se dedica à transformação de pedra e que tem como um dos sócios Rogério Vigário, que foi, durante 12 meses, impedido de Salgueiro Maia em Santarém. A personalidade surgiu em conversa com o artista caldense e decidiram avançar para uma homenagem. Os valores humanos, a liderança, determinação, coragem e humildade deste homem são o que destacam. “A minha história com o Salgueiro Maia é muito simples: o meu pai nunca me levou à bola, mas fez com que fosse um cidadão com os valores de abril, da democracia e da liberdade. Em 2009 tenho um contacto da Câmara de Lisboa para apresentar um projeto de uma escultura de Salgueiro Maia para ser colocada no Largo do Carmo”, no âmbito do Orçamento Participativo, conta Carlos Oliveira. “Gosto de fazer o trabalho de casa”, frisa, para explicar que essa busca por informações o levou à conversa com a esposa desta personalidade. Depois, com a MVC, decidiram fazer uma homenagem a Salgueiro Maia por ocasião da data em que celebraria 80 anos e os 50 anos do 25 de abril, tendo estado a trabalhar precisamente nesta peça. Entretanto, apareceu a oportunidade participar na Feira de São Bernardo que este ano tinha uma área dedicada ao setor da pedra.
O artista não consegue quantificar as horas investidas na produção desta peça, esclarecendo que “são meses de trabalho”. É que tudo começa com a feitura de um esboço em barro e a escolha da pedra. Depois é digitalizado o original. A partir daí o bloco de pedra é desbastado, mecanicamente, para depois entrar em ação o trabalho de escultura de Carlos Oliveira. Esta peça foi inicialmente produzida para satisfazer uma encomenda, há mais de dez anos, da Câmara de Arruda dos Vinhos, mas em menores dimensões, tendo recentemente levado um acrescento: a colocação da metralhadora, que é simbólica da forma como esta personalidade pensava: de igual para igual, pelo que, se o soldado vai de metralhadora G3, então Salgueiro Maia também iria. A peça poderá ser vendida, mas se não for irá para o atelier de Carlos Oliveira, em Salir de Matos, onde tem um espaço preparado para ser o Largo Salgueiro Maia, prestando homenagem “a este herói nacional”.
Rogério Vigário recorda os tempos ao serviço de Salgueiro Maia com carinho. “Na altura reconheci que estava ali uma boa pessoa, humilde, que fez o 25 de abril, mas nunca quis protagonismo”, lembra o empresário da MVC, uma empresa que exporta cerca de 90% da produção para 70 países nos cinco continentes. “Tem vindo a evoluir e hoje tem tecnologia de ponta”, refere. Emprega 40 pessoas, mas o grupo, que inclui a Mármores Vigário – dedicada à extração e fundada em 1988, que explora nove pedreiras – dá trabalho a cerca de 90 pessoas.
O evento incluiu a realização do XXIII Alcobaça Equestre e do 30º circuito de São Bernardo. Realizou-se uma concentração de vespas, a inauguração de três exposições – duas no Armazém das Artes (ler artigo na Cultura) e uma dos trabalhos do concurso “Do Mosteiro ao Castelo – Acessibilidade e nova Mobilidade”, com a entrega de prémios aos vencedores. Houve showcookings, lançamento de livros e de vinhos, entre outras atividades. As tasquinhas e os concertos com Rui Veloso, Slow J, Richie Campbell, Bárbara Tinoco, José Cid e Pedro Abrunhosa atraíram dezenas de milhares de pessoas. ■

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