Óbidos apresentou marisco, cebola e ginja nos Sabores do Oeste

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Os representantes do município de Óbidos

Óbidos levou a ameijoa da lagoa, a cebola do Sobral e a ginja Oppidum à iniciativa Sabores do Oeste, da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, no passado dia 8 de Abril. Esta iniciativa visa promover os produtos com uma ementa representativa para cada um dos 12 concelhos do Oeste.

A ementa foi desenvolvida para um almoço buffet, que iniciou com sopa de legumes biológicos, um tipo de produção que tem o seu próprio mercado em Óbidos. Segui-se arroz de amêijoa da Lagoa de Óbidos, que acompanhou robalo.
O produto seguinte a brilhar foi a cebola do Sobral da Lagoa, a acompanhar ensopado de borrego. Luís Tavares, responsável pela produção da empresa Cebola Real, de José João Ribeiro Zina, Lda, disse que a presença nesta iniciativa é importante para que os chefs “consigam ver a diferença e as qualidades da cebola do Sobral, que a possam valorizar e distinguir do tipo de cebola normal”.
A empresa proporcionou duas variedades da cebola valenciana que produz, a nova e a tardia. A primeira, mais doce e com maior percentagem de água, é ideal para saladas, enquanto a a segunda é aconselhável para cozinhar e para os refogados.
A empresa produz nas encostas do Sobral da Lagoa e nas Baixas de Óbidos. Em 2015 atingiu as mil toneladas, às quais juntou mais cerca de 3.000 toneladas de pequenos produtores. A aposta é num produto de qualidade, trabalhado de forma artesanal. “É diferente na coloração, mais clara, tem uma grande quantidade de água, é macia e mais doce em relação às outras”, explica Luís Tavares.
Actualmente é comercializada nos mercados abastecedores da Castanheira do Ribatejo e de Lisboa. Pode ser distinguida de forma simples, uma vez que, justamente para esse efeito, a empresa optou por comercializá-la com a rama.
Luís Tavares adianta que a produção não está esgotada e pode atingir as 6.000 toneladas, mas para chegar a esses números será necessário encontrar soluções no mercado externo, algo que já está em estudo.
A refeição terminou com lampreia de ovos e gelado de ginja Oppidum, um dos produtores locais desta típica e cada vez mais reconhecida bebida licorosa.
Marta Pimpão, que gere a Ginja de Óbidos Oppidum com o pai, Dário Pimpão, destacou a polivalência desta bebida, que não serve apenas para beber no copo. Pode ser utilizada para cozinhar e tem um potencial elevado nas sobremesas.
Marta Pimpão referiu que a empresa tem produzido “o que o mercado nos pede” e as encomendas têm crescido “de forma interessante” nos últimos dois anos.
A marca, que também tem sede e produção no Sobral da Lagoa, está presente em garrafeiras e lojas gourmet de todo o país e é exportada para 11 países.
A conquista do mercado internacional tem sido importante na estratégia da empresa. “A dificuldade  é dar-lhes a conhecer o produto, mas depois de provar gostam e procuram”, refere a empresária. Marta Pimpão conta que tem recebido muitos e-mails de estrangeiros que provaram a bebida em visitas a Óbidos e perguntam onde podem encontrar nos seus países de origem.
José Pereira, vereador do município de Óbidos, considerou a iniciativa interessante na divulgação dos produtos endógenos, por permitir que estes cheguem aos chefs, aos alunos e aos convidados.
Sendo Óbidos um concelho no qual o turismo é o grande sector económico, José Pereira considera fundamental que restauração e produtores trabalhem em conjunto para fortalecer a economia local.