ontem & hoje

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José Neto Pereira, 1951 (espólio PH – Património Histórico)

Não mudou muito o Largo dos Restauradores, do Bombarral, entre a primeira foto, provavelmente na década de 40 do séc. XX, e a actualidade. A entrada norte da vila continua praticamente igual, dominada pelo prédio do Dr. Joaquim Albuquerque, como é conhecido o edifício de cor amarela. Em tempos ali residiu este conhecido médico que marcou várias gerações de bombarralenses. No rés-do-chão existia uma loja onde se vendiam mercearias e retrosarias e que mais tarde faria também de papelaria pois ficava em frente da então escola primária do Bombarral. Por isso, era nesta loja que os bombarralenses que hoje têm mais de 60 anos compravam as sebentas, cadernos, as lousas de escrever, os lápis, os aparos e as borrachas.
Hoje o edifício está devoluto e o rés-do-chão emparedado e colorido com cartazes que ali foram colados.
A escola primária vê-se na foto actual, à direita, mas deixou de o ser nos finais dos anos sessenta e é hoje a sede da Junta de Freguesia do Bombarral.

Joaquim António Silva (2012)

O parque automóvel é outras das evidências gritantes em como passou mais de meio século entre uma foto e outra. Na época era raros os carros que circulavam no Bombarral. Podem ver-se três veículos estacionados à direita da foto e uma bicicleta, vulgo “pasteleira”, encostada a uma casa. Mas o meio de transporte usado por excelência ainda era o gado muar. Circulava-se no dorso de mulas, burros e machos, ou estes eram atrelados às carroças. No transporte pesado imperavam os carros de bois, muito usados no campo, numa época em que só as grandes quintas tinham os primeiros tractores. Daí que seja notória na imagem a preto e branco, ao centro do largo, as fezes de animais de tiro que então se acumulavam nas ruas.
Hoje, naquele lugar, e em frente ao imutável prédio do Dr. Joaquim Albuquerque, pode ver-se uma rotunda, florida, com uma obra de arte, que dá as boas vindas aos visitantes que entram na vila pela EN8.

C.C.