Papel das mulheres na implantação da República alvo de homenagem no Cadaval

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Fina d’Armada autora do livro “Republicanas quase Desconhecidas”

A plantação de um carvalho, em homenagem à cadavalense Sofia Quintino, foi um dos actos da cerimónia de apresentação do livro “Republicanas quase Desconhecidas”, que teve lugar a 17 de Dezembro na Biblioteca Municipal do Cadaval.
No início do século XX Sofia Quintino foi médica, republicana e defensora dos direitos das mulheres, e foi sobre o papel do sexo feminino na implantação da República que escreveu Fina d’Armada.

O livro recém-lançado reúne “retalhos de uma história desconhecida em que se prova que a República foi um pouco obra das mulheres espalhadas pelo país”, tal como descreve a sinopse da publicação, editada pela “Temas e Debates”, uma chancela do Círculo de Leitores.
A obra divulga o trabalho de mulheres republicanas de 33 concelhos do país, onde se inclui a biografia da cadavalense Sofia Quintino. A plantação do carvalho em sua honra aconteceu nas imediações da Biblioteca Municipal. Segundo Fina d’Armada “na altura da revolução francesa, plantaram-se em França 60 mil árvores e a primeira foi um carvalho. Ficou a ser a árvore da República e da liberdade”. A autora recordou que foram os republicanos que divulgaram o Dia da Árvore pelas escolas.
Sofia da Conceição Quintino nasceu em 1878 em Lamas (Cadaval) e morreu em 1964, em Carnaxide. Segundo Pedro Silva, seu sobrinho-neto, tratou-se de uma pessoa “dedicada a causas, uma republicana fanática, uma mulher perfeitamente inovadora ao se formar em 1905, ainda na época da monarquia, tendo sido mesmo uma das primeiras mulheres a ser médica”.
O descendente revelou ainda que Sofia Quintino foi directora dos serviços de fisioterapia dos hospitais civis de Lisboa durante 30 anos e que “foi quem trouxe a fisioterapia para Portugal”.