Sentido único na Rua Filipe Neto Rebelo divide opiniões

A mudança de circulação de dois sentidos para sentido único na Rua Filipe Neto Rebelo, nas Caldas da Rainha, está a dividir opiniões entre quem lá circula. A mudança foi decidida por uma comissão que envolve a Câmara, as freguesias da cidade e a secção de trânsito da PSP, que admite reavaliar o processo.
António Almeida é morador naquela zona e é uma das vozes discordantes com a mudança. “Moro aqui há 22 anos, a rua sempre teve dois sentidos e não havia problema nenhum”, considera.
Para este morador, o problema está na obrigatoriedade em dar a volta a um quarteirão para se poder seguir para norte, para o lado do Centro de Saúde. Mas a questão principal para António Almeida é que “a rua tem largura suficiente para que se circule nos dois sentidos, como acontece na Rua dos Bombeiros”, que se trata do seguimento da mesma via.
António Almeida reforça que o que causava mais embaraço ao trânsito eram os estacionamentos em segunda fila, mas com a colocação de lugares de cargas e descargas esta questão ficou resolvida.
Adriano Lourenço, proprietário de um café naquela rua, diz que esta está bem de uma forma ou de outra, mas que o problema está mais no estacionamento dos automóveis em espinha no passeio a Sul, quando este está preparado para o estacionamento em paralelo. O empresário refere que muitas vezes chegam autocarros enganados ao cruzamento entre esta via e a Rua Fonte do Pinheiro. Antes podiam dar a volta, mas agora não porque as alternativas não têm largura suficiente. “Já aconteceu terem que voltar de marcha atrás até à rotunda, e também já aconteceu a PSP ter que abrir caminho para um autocarro passar em sentido proibido”, conta.
O que também não falta, conta Adriano Lourenço, são casos de condutores que nem se apercebem do sinal de sentido proibido e entram na rua em contra-mão.
Há também quem concorde com a medida de limitar a circulação a um sentido, como é o caso de António Barradas, da Electricaldas. “Ao princípio pensámos que não era uma boa solução, mas assim está melhor porque as pessoas estacionavam em segunda fila nos dois lados, era uma confusão e agora está muito mais calmo”, comenta.
Mesmo assim, António Barradas deixa um conselho. É que o sinal para quem entra na rua no sentido certo é vermelho e induz em erro, pelo que o ideal seria colocar um sinal de sentido obrigatório, azul.
Gazeta das Caldas contactou Vítor Marques, presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, que tem competências na sinalização de trânsito. O autarca explicou que esta decisão foi tomada por uma comissão que envolve a Câmara, através do vereador com o pelouro do trânsito, Hugo Oliveira, e a respectiva secção de trânsito, as freguesias de Nossa Senhora do Pópulo e Santo Onofre, e a divisão de trânsito da PSP.
“Foi a decisão que julgámos correcta”, disse Vítor Marques. A medida visou uniformizar a circulação naquela zona, onde quase todas as ruas têm sentido único. “Havia problemas com as cargas e descargas e assim as pessoas circulam e não prejudica ninguém porque pode-se dar a volta para o lado do Centro de Saúde 50 metros mais à frente”, justificou.
Em relação à hipótese de regular o estacionamento, Vítor Marques referiu que a intenção de manter como estava foi não retirar lugares disponíveis.
Esta comissão reúne quase todos os meses e na próxima reunião esta questão vai ser reavaliada. Contudo qualquer decisão terá sempre que ser ratificada pelo município.   J.R.