A caminhada para um envelhecimento saudável

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Vítor Ilharco
Personal Trainer

O envelhecimento populacional é uma realidade crescente em Portugal. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2021, as pessoas com 65 ou mais anos representavam 23,4% da população residente em Portugal, incluindo estrangeiros. Este é um cenário com tendência crescente, visto que o INE aponta para que em 2080 haja 36,8% da população com mais de 65 anos. Se, por um lado, o aumento da esperança média de vida é, obviamente, positivo, por outro, é necessário repensar os cuidados a uma população cada vez mais idosa, garantindo-lhe qualidade de vida e autonomia.
Atualmente, sabe-se que há uma forte relação entre exercício e qualidade de vida na população sénior. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os idosos pratiquem 150 a 300 minutos de atividade física aeróbia de intensidade moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente de ambas. Adicionalmente, é aconselhável realizar atividades de fortalecimento muscular em dois ou mais dias por semana, de intensidade moderada ou superior. É também crucial que pratiquem atividades diversificadas que promovam o equilíbrio, prevenindo assim o risco de quedas, que é um dos principais limitadores da autonomia nesta faixa etária.
Estas recomendações são baseadas em forte evidência científica. A prática regular de exercício ajuda a prevenir e controlar doenças crónicas, como hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Além disso, melhora a saúde mental, reduzindo sintomas de depressão e ansiedade, e promove a saúde cognitiva, retardando o declínio cognitivo e diminuindo o risco de demências, como a doença de Alzheimer. Atividades em grupo, como caminhadas, aulas de dança ou ginástica, oferecem oportunidades de socialização, reduzindo o isolamento social.
Em Portugal, a crescente longevidade da população traz desafios significativos para o sistema de saúde, mas também oportunidades para a implementação de políticas públicas que incentivem um estilo de vida ativo entre os idosos. A criação de espaços públicos adequados, programas comunitários de exercícios e campanhas de sensibilização são essenciais para a promoção da prática regular de atividade física entre a população sénior. Todos desejamos chegar à velhice com saúde, autonomia e qualidade de vida. Os hábitos de vida saudável, onde a atividade física se insere, são cruciais para alcançar esses objetivos. ■

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