Brad Mehldau trio abriu Caldas Nice Jazz com CCC praticamente lotado

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Imagem do quinteto Vítor Pereira durante a actuação na esplanada do bar das piscinas de Salir do Porto. No CCC a imprensa não teve autorização para fotografar o concerto de abertura do Caldas Nice Jazz.
A mestria ao piano de Brad Mehldau, combinada com os tons urbanos da bateria, abriram a edição deste ano do Caldas Nice Jazz na noite de sexta-feira, no grande auditório do CCC, que esteve praticamente lotado com cerca de 600 pessoas. O festival decorre no centro de congressos, mas também em vários espaços da cidade, até 2 de Novembro.

 

Praticamente sem interagir com o público, o pianista norte-americano, Brad Mehldau apresentou-se em palco, em trio e começou a tocar. Às animadas melodias do seu piano, juntavam-se os sons do contrabaixo e os tons urbanos da bateria, criando uma musicalidade preenchida, alegre e corrida.
Música após música, o concerto foi andando e já estava quase com uma hora quando o artista se dirigiu ao público para agradecer a presença e apresentar a banda. “Estou muito contente por fazer parte deste festival”, referiu, esclarecendo quais as músicas que tinham tocado até então.
O reportório passou especialmente por originais e incluía temas que permitiam a cada um dos músicos brilhar. “É um prazer enorme tocar para vocês e sentir a vossa energia”, disse, antes de arrancar com When I Fall In Love, que foi celebrizado por Nat King Cole.
No fim, o artista (que não autorizou a captura fotográfica do concerto) voltou para um encore. Anunciou que seria Besame Mucho, de Consuela Velázquez, o público soltou um “oh” em uníssono e no final, brindou o artista com uma grande salva de palmas, que o fez voltar para um segundo encore.

“UM BOM PONTAPÉ DE SAÍDA”

Vérter Gomes, de Lisboa, veio com a esposa para assistir ao concerto. “Tenho casa em Óbidos e aproveito sempre o Caldas Nice Jazz para ver os concertos, porque gosto muito de jazz”, contou.
À Gazeta das Caldas, Vérter Gomes disse que gosta muito de Brad Mehldau. “Foi excepcional, nunca o tinha visto em trio, mas são todos muitos bons!”, analisou o lisboeta, destacando o momento em que tocaram a música When I Fall In Love. “Os standards são sempre uma coisa que nos toca o ouvido”.
Vérter Gomes tem vindo ao CNJ desde o início e nota melhorias no festival caldense. “O nível tem sido sempre muito bom e este concerto foi um bom pontapé de saída”, acrescentou.

EM SALIR DO PORTO

No dia seguinte, já à noite, o quinteto Vítor Pereira actuou na esplanada do bar das piscinas de Salir do Porto, num concerto que contou com mais de 120 pessoas. O artista salientou o seu prazer em tocar neste festival e num concerto com estas características.
Durante mais de uma hora e meia os músicos mostraram-se bem-dispostos, mesmo nos momentos em que aconteceram os imprevistos naturais de um concerto na rua – a luz foi abaixo e o vento levou a pauta de um dos saxofonistas.
O casal de Alfeizerão, Mário e Anabela Vicente, decidiram ouvir este concerto porque gostam de jazz. “Não conhecia a banda, mas achei que tocaram bem”, disse Mário. Já Anabela gostou particularmente dos saxofones. “Acho que o espaço está bem aproveitado e que se deveria fazer mais eventos aqui”, disse Mário Vicente, numa ideia complementada pela esposa: “estas iniciativas em Salir do Porto são muito interessantes e acho que vale a pena investir nestas localidades e descentralizar, até para ajudar a dinamizar a aldeia”.

Jazz até Novembro

No dia 17 de Outubro a Orquestra de Jazz de Matosinhos actua no CCC e no dia seguinte é a vez da baixista polaca Kinga Glyk. No dia 19 a cantora Isabella Lundgren dá continuidade à ideia de trazer as rainhas do jazz às Caldas da Rainha. Do cartaz faz ainda parte o concerto de Dave Douglas e Uri Caine, no dia 31 de Outubro e Pedro Moreira Sax Ensemble no dia 1 de Novembro. O encerramento estará a cargo de Matthew Halsall, no dia 2.
O festival de jazz das Caldas continua também com os concertos fora do CCC, espalhados pela cidade. Este sábado, de manhã, a Banda de A-dos-Francos apresenta-se no tradicional concerto na rodoviária, que todos os anos atrai centenas de pessoas. No dia 16 a escola de jazz do Porto actua na EHTO e no dia 20 os BJazz no salão de São Gregório. Os Pumpkin Land’s Combo vão aos Capristanos no dia 23 e Tomás Marques apresenta-se em trio no Sons, Tons e Sabores no dia seguinte.