A-dos-Francos recebe Benfica no início de uma longa caminhada pela manutenção

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O grupo de trabalho do GDC A-dos-Francos que vai competir na Liga BPI | DR

Futebol / Liga Feminina BPI

Inserida numa série com dois dos principais candidatos ao título, a equipa caldense pretende amealhar o máximo de pontos
na primeira fase para lutar pela manutenção. Plantel tem 10 jogadoras estrangeiras e apenas quatro transitaram da época passada

O A-dos-Francos inicia este domingo (14h00) a participação na Liga BPI, o principal escalão do futebol feminino português, e logo com uma recepção ao Benfica, jogo com transmissão no Canal 11.
Depois de uma temporada em que esteve sempre em último lugar, mas na qual não existiram despromoções uma vez que a prova não foi concluída, a formação caldense surge com profundas alterações no plantel, no qual permaneceram apenas quatro atletas, e no comando técnico.
Inserida na Série Sul onde estão Benfica e Sporting, Isabel Osório, treinadora do A-dos-Francos, diz que a principal dificuldade desta primeira fase será o facto de se jogar a apenas uma volta, o que reduz a margem de erro. Formato que poderá mesmo conduzir a surpresas entre as quatro equipas que se apuram para a fase de apuramento de campeão.
“Cada jogo tem que ser encarado como uma final, na qual temos que ser o mais competentes possível naqueles 90 minutos”, afirma.
A treinadora, que chega do At. Ouriense, realça que a preparação da equipa foi difícil. Primeiro devido às restrições existentes no treino devido à pandemia, mas também por se tratar de um plantel novo, com várias jogadoras estrangeiras, que vêm de realidades diferentes. A própria técnica esteve limitada durante quatro semanas de preparação. O curso de nível 3 só lhe permitiu estar com a equipa entre sexta-feira e domingo, o que obrigou a fazer um planeamento à distância e confiar a equipa a auto-gestão. “Tentámos nas últimas semanas focar o trabalho na ideia de jogo e em envolver todas as jogadoras numa ideia comum”, diz Isabel Osório.
Nesta primeira fase, o objectivo será amealhar o maior número de pontos possível que ajudem, na segunda fase, a atingir a manutenção.
O plantel conta com algumas jogadoras experientes, casos de Catarina Lopes, Margarida Tomás e Cláudia Tecedeiro, cuja maturidade e conhecimento do futebol português a técnica considera importantes. Depois há muita juventude e 10 jogadoras estrangeiras que é preciso adaptar.
Isabel Osório diz que o alargamento do campeonato a 20 equipas retirou opções aos clubes e os menos apetrechados financeiramente foram os mais afectados. “Era preciso ir buscar jogadoras e fizemo-lo através de agentes que entraram em contacto com o clube”, adianta.
A alternativa era não participar no campeonato, o que seria “uma tristeza profunda, porque se trata da única equipa do distrito de Leiria”, salienta.
Isabel Osório diz que é importante que o campeonato decorra agora sem paragens, apesar da pandemia e alerta para o risco de o futebol dar passos atrás devido ao facto de os escalões de formação não estarem a trabalhar. “O clube, e o futebol feminino em geral, precisam muito de aumentar as jogadoras na formação, o que não é fácil trazer neste contexto”, alerta.
Os jogos da equipa vão decorrer na Quinta da Boneca, uma vez que o Luís Duarte não permite controlar a ausência de público, uma vez que a bancada fica fora da vedação.

UMA SÉRIE DE REENCONTROS

Na Série Sul, o A-dos-Francos terá um conjunto de reencontros. No At. Ouriense o clube reencontra o treinador Renato Fernandes e as jogadoras Sofia Silva, Maria Baleia, ambas da região, e também Jeka. Há também reencontros em recém-promovidos. No Torreense, Mariana Ferreira, Iva Moirinho, Matilde Figueiras, Cristiana Garcia e Maria Jesus voltam a encontrar o antigo clube, assim como Carolina Ferreira, que trocou esta época o A-dos-Francos pelo Damaiense.